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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A VIDEIRA VERDADEIRA


Disse Jesus aos seus discípulos: "Eu sou a videira verdadeira, e meu
Pai é o agricultor" (João 15.1). O Mestre utilizava figuras
relacionadas ao cotidiano para falar de fatos espirituais. Aquela
alegoria faz parte do discurso de encerramento do ministério terreno
de Cristo.
Grande parte da sua obra pessoal na terra já estava concluída. Era
chegada a hora de passar mais responsabilidades aos discípulos.
Dentro de poucos dias, Cristo subiria ao céu. Portanto, caberia aos
seus seguidores a tarefa de frutificar, dando continuidade ao que
ele mesmo vinha fazendo. A videira frutifica através de seus ramos.
Hoje, Cristo age na terra por meio da sua igreja.
Cristo é "a" videira e não "uma" videira. Ele é a única opção para
quem quiser vida espiritual. Quem não estiver em Cristo, secará e
será lançado ao fogo (João 15.6).

A figura da videira nos traz uma série de lições:

Fica evidente a unidade entre Cristo e seus discípulos.

Se alguém nos fere, ele também sente. A relação entre Cristo e os
discípulos acompanha o modelo da relação existente entre Cristo e o
Pai (15.9,10,15).

O discípulo é dependente de Cristo.

Os ramos dependem da árvore para terem vida, sustento, crescimento,
produção de folhas, flores e frutos. Tudo isso é possível por causa
da seiva que percorre o interior da planta a partir das raízes.
Nenhum cristão pode se julgar independente de Jesus ou dos irmãos.
Um ramo depende também do outro. A comunhão é fundamental.
Desligamento e isolamento trazem a morte. Se todos os ramos forem
cortados, o tronco sobrevive e lança renovos. Entretanto, nenhum
ramo sobrevive sem a árvore. Não podemos abandonar o evangelho e
afastar da igreja. Não podemos viver sem Cristo.

Os ramos tem a natureza na árvore. Se estamos ligados a Jesus, temos
a sua natureza em nós (IIPd.1.4). Na medida em que a natureza de
Adão vai sendo superada, passamos a nos parecer cada vez mais com
Jesus.

Permanência

No texto de João 15, Jesus enfatiza o estar e o permanecer (15.4, 5,
6, 7, 9, 10, 11, 16). Não basta estar ligado a Cristo por algum
tempo. Nosso compromisso deve ser contínuo e irrevogável. A
perseverança é imprescindível para que possamos produzir fruto, pois
este depende de tempo, o período necessário para o crescimento e
maturidade do ramo. Nenhuma árvore produz imediatamente. Queremos
tanto de Deus. Desejamos tantos resultados da nossa fé e das nossas
orações. Entretanto, é preciso permanecer ligado a Cristo para que
tudo o que Deus tem para nós possa acontecer na ocasião oportuna
(15.7,16).
Nessa relação entre o discípulo e Cristo, a Palavra de Deus tem
papel fundamental. Observe o destaque dos termos "mandamento"
e "palavra" (15.3, 7, 10,12, 20, 25). É através dela que o ramo é
limpo. Quem despreza as Sagradas Escrituras acaba cultivando pragas
pecaminosas em sua vida. Essa mesma Palavra deve permanecer no
coração do discípulo, sendo sempre guardada (15.10), lembrada
(15.20), obedecida (15.14) e anunciada (15.20, 27), para que o fruto
seja produzido (15.3, 7). Se alguém quiser estar em Cristo sem a
palavra, não frutificará, e será cortado e lançado ao fogo. O
corte é uma possibilidade concreta que deve ser considerada com
temor (João 15.2; Rm.11.20-22).
Jesus disse que o Pai limpa os ramos produtivos para que produzam
mais. Nota-se a necessidade de limpeza na vida do cristão (15.2, 3),
tratando com seus erros, imperfeições e pecados. A limpeza se dá
por meio da poda, que consiste num processo de retirada de tudo
aquilo que está desviando a seiva, a energia, a vitalidade da
planta, sejam folhas secas, amareladas, murchas, frutos mirrados ou
podres. A poda implica em perda, renúncia, para que o fruto novo e
sadio possa surgir sem impedimento. Algumas coisas, atividades ou
compromissos, ainda que não sejam pecaminosos, podem gastar todo o
nosso tempo e energia, de modo que não consigamos nos dedicar a
Deus. Isto precisa ser podado.
Embora possua beleza, a videira não é planta ornamental. Além disso,
sua madeira não serve para construir casas ou fabricar móveis.
Portanto, sua utilidade está em produzir frutos. O cristão só será
útil para Deus e para a humanidade se produzir fruto. Não estamos
neste mundo como enfeite. Aquele que não produz ocupa inutilmente a
terra (Lc.13.7). Aquele que faz o mal, além de inútil, é
prejudicial.

Qual é o significado do fruto citado por Jesus?

O fruto do cristão não pode consistir apenas da renúncia ao pecado.
Isto é o mínimo que o evangelho pode realizar em nós. Frutificar
significa produzir algo positivo. Jesus marcou a história não
apenas pelo fato de ter evitado o pecado, mas pela demonstração do
amor do Pai pela humanidade através das suas obras.
A produção da videira é sempre plural. O ramo não produz uma uva,
mas um cacho ou mais. Da mesma forma, o cristão não pode produzir
apenas um traço do caráter de Cristo. Não seria suficiente. O fruto
da videira representa tudo o que Jesus espera de nós. O que ele
queria dos discípulos? De acordo com o texto, o Mestre esperava que
eles guardassem os mandamento, fossem obedientes, se amassem, e
permanecessem assim até o fim. Em outras palavras, Jesus queria que
seus seguidores tivessem um tipo de vida semelhante à dele, pois
este é o propósito do discipulado: que o discípulo seja semelhante
ao Mestre, começando por virtudes morais e espirituais. Em segundo
lugar, o fruto pode também incluir o resultado do trabalho
ministerial. Observe-se a presença do "ide" relacionado ao fruto em
João 15.16, bem como o testemunho dos discípulos em 15.27.
Na seqüência das palavras de Jesus, ele enfatiza o amor, que é o
primeiro aspecto do fruto do Espírito, sendo a causa de todos os
outros (Gál.5.22). Cristo deixou bem clara sua intenção e seu maior
desejo em relação aos discípulos: "O meu mandamento é este: que vos
ameis uns aos outros, assim como eu vos amei" (Jo.15.12). Se não
houver amor entre os irmãos na igreja, como amaremos os que estão lá
fora? O amor não deve ser considerado apenas um sentimento, mas uma
atitude, resultado de uma decisão, com efeitos práticos. Jesus
disse que o maior amor faz com que se dê a vida pelo amado (15.13).
Ele mesmo daria a sua vida dentro de algumas horas. Os discípulos
também precisavam ter tal disposição, pois quase todos eles dariam
suas vidas pelo evangelho alguns anos mais tarde. Amar é dar a
vida, ainda que não seja preciso morrer.
O fruto pode ser compreendido como a manifestação do caráter de
Cristo em nós, vivendo como ele viveu. Essa relação de semelhança
está contida no texto através das expressões: "meus discípulos"
(15.8) e "do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu
Pai e permaneço no seu amor" (15.10) e "assim como eu vos amei"
(15.12); "se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se
guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa" (15.20).
Frutificar é agir como Jesus agiu, ainda que possamos sofrer por
isso.
Os frutos pertencem ao agricultor, que é Deus, e serão úteis para
muitas pessoas. O fruto não é para o ramo. É para os outros. O
propósito de Jesus é que produzamos algo para o benefício do próximo
e não apenas para nós mesmos. Frutificar é dar, e não receber. O
egoísmo não faz parte da natureza da videira verdadeira. O mais
importante na vida de um homem não é o que ele fez por si mesmo, mas
o que realizou pelos outros. É fácil contatar isso ao lembrarmos de
personagens importantes da história geral. Aqueles que só fizeram
por si mesmos foram totalmente esquecidos.
Deus espera uma produção abundante. Jesus fala em "fruto"
(15.2), "mais fruto" (15.2) e "muito fruto" (15.5, 8). Não podemos
ficar satisfeitos com o que já fizemos para Deus. Ele espera mais.
Prova disso é o fato de ainda estarmos neste mundo. Temos o
potencial de Cristo em nós para produzir mais. Não podemos parar.
Deus quer quantidade e qualidade: "Muito fruto" (15.8) e "fruto que
permanece" (15.16).
"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre
abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão
no Senhor" (ICo.15.58).
O agricultor é o dono da videira. Ele é o Senhor. Aqueles que
trabalham na igreja nunca devem se esquecer de quem é o
proprietário, pois a ele hão de prestar contas. O Pai cuida da sua
vinha, protege, rega, supre as necessidades, elimina as pragas,
limpa, poda. Seu investimento é grande, mas um dia ele virá procurar
o resultado.
O agricultor espera o fruto da sua vinha (Tg.5.7). Deus tem
expectativas a nosso respeito. Será que colocamos as nossas
expectativas em primeiro lugar? Talvez tenhamos uma lista do que
queremos do Senhor, mas já procuramos conhecer e cumprir a sua
vontade para nós?
O texto mostra que a comunicação e o vínculo entre os discípulos e o
Pai passam pelo Filho. Ele é o mediador (15.9, 10, 15, 16, 26).
Jesus estava ali representando o Pai. Ele mostra que do Pai vem o
amor (15.9), os mandamentos (15.10), o ensinamento (15.15), a
resposta das orações (15.16) e o dom do Espírito Santo (15.26).
Entretanto, atingindo aos discípulos e também a Cristo, chega ao Pai
o ódio do mundo em forma de perseguição (15.18-24). Portanto, o
capítulo 15 de João fala sobre as relações existentes entre o Pai, o
Filho, os discípulos e o mundo. O amor flui de cima para baixo, mas
o contrário nem sempre acontece. O pai ama o Filho (15.9), que ama
os discípulos, que devem se amar (15.12, 17) e levar este amor a
todas as pessoas do mundo. Entretanto, o mundo os odeia e persegue,
pois odiou o Filho e também ao Pai (15.23). Jesus deixou bem claro
que a vida dos discípulos não seria um paraíso na terra. A vida
cristã provoca o ódio e a perseguição (João 16.1-3). Se vivermos
como Cristo viveu, o mundo nos tratará como tratou a Cristo e como
tratariam o Pai se pudessem vê-lo.
Se os discípulos frutificassem, Jesus ficaria alegre com eles
(15.11). E se ele estivesse alegre, eles também se alegrariam porque
tudo o que acontece à videira alcança seus ramos. Os cristãos
experimentam a alegria de Cristo, apesar das circunstâncias e das
perseguições.
O maior propósito da videira, dos ramos e dos frutos é a glória de
Deus (15.8). O evangelho e a vida cristã não devem ser usados para a
glória humana. "Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto;
e assim sereis meus discípulos" (João 15.8).

Prof. Anísio Renato-Bacharel em teologia

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Lição 09/ A RESTAURAÇÃO ESPIRITUAL DE DAVI/Subsídios



A RESTAURAÇÃO ESPIRITUAL DE DAVI
Texto Áureo: II Sm. 12.13 - Leitura Bíblica em Classe: Sl. 51.1-4; 7-12; 17



Objetivo: Mostrar que o caminho da restauração passa pelo arrependimento e confissão do erro cometido e abandono da prática.

INTRODUÇÃO
Em prosseguimento ao episódio da aula passada, quando Davi é confrontado pelo profeta Natã, estudaremos, na aula de hoje, a respeito do processo de arrependimento e confissão do rei de Israel. A princípio, discutiremos a respeito da resposta imediata de Davi à Palavra de Deus. Em seguida, analisaremos o Salmo 51, no qual Davi expressa seu quebrantamento. Ao final, meditaremos a respeito do papel do arrependimento e da confissão na vida cristã.

1. DAVI RECONHECE SEU PECADO Davi finalmente se identificou com o enfrentamento profético de Natã (I Sm. 12.5,6). Viu em si mesmo a realidade do pecado, não pode mais se eximir da culpa. Ao invés de encontrar explicações descabidas a fim de preservar sua imagem, Davi se humilhou na presença de Deus. Mesmo sendo rei, Davi confessa a culpa diante do profeta, reconhecendo ser esse o porta-voz de Deus. Tal ato poderia, do ponto de vista político, ser considerado um suicídio. Mesmo assim Davi não estava colocando o trono acima do seu relacionamento com Deus. Confessou seu pecado assumindo que a Palavra de Deus deveria estar acima de sua atuação no reinado. Diante de tal atitude, o profeta complementa: o Senhor te perdoou o teu pecado; não morrerás. Nesse particular observamos uma nítida diferença entre Davi e Saul. Este, ao invés daquele, jamais assumiu seus erros. Essa teria sido uma das causas da sua rejeição pelo Senhor. Uma das expressões marcantes do reconhecimento do pecado de Davi se encontra no Salmo 32. Nesse Salmo o rei transborda de alegria ao saber do perdão de Deus no lugar da culpa, e da restauração da comunhão após a angústia da convicção do pecado. Ao invés da morte Davi desfrutou da vida que o Senhor pode dar a alma ressequida pelo pecado. O perdão do Senhor não o isenta das conseqüências do seu ato, concretizada no vaticínio da morte do seu filho com Bate-Sabe (I Sm. 12.13-15).

2. UM SALMO DE ARREPENDIMENTO
O Salmo 51 fora proferido por Davi por ocasião do reconhecimento do seu pecado. Nesse salmo Davi suplica o perdão e a misericórdia de Deus por causa das suas transgressões. O rei de Israel pede ao Senhor que o lave dos seus pecados e o purifique das suas iniqüidades (v. 2). Ele reconhece, isto é, tem a percepção da gravidade dos seus erros, por isso, roga a Deus que retire o peso do pecado, pois eles estão sempre diante dele, não saem da sua mente (v. 3). Ainda que o pecado de Davi tenha causado males às pessoas, seu pecado, na verdade, foi contra Deus. Ele assume que procedeu com maldade perante Deus, pois ninguém pode escapar da visão do Senhor. Mas nem tudo está perdido, já que Davi pode ser justificado pelo falar de Deus (v. 4). A causa do pecado de Davi está na sua própria constituição. Ele diz que nasceu em pecado e que sua mãe também em pecado o concebeu (v. 5). Davi sabe que Deus ama a verdade que vem do íntimo, sem fingimento, e isso faz com que o rei abra seu coração (Rm. 2.29). A purificação do pecado é efetuada pelo Senhor, que o torna mais alvo do que a neve (v. 7). O pecado, conforme estudamos na lição anterior, acarreta em males físicos. O salmista ora para que o Senhor restitua sua alegria e os ossos que foram esmagados (v. 8). Diante da santidade de Deus e da realidade do pecado humano, Davi suplica ao Senhor que esconda o Seu rosto dos seus pecados (v. 9). Em seguida, implora por um coração purificado e um espírito renovado, isto é, uma nova condição espiritual (v. 10). O rei sequer exige que permaneça no trono, mas que o Senhor não retire dele o Espírito (v. 11). O pecado acarreta tristeza, resulta em angústia, por isso pede que Deus restitua a alegria da salvação (v. 12). E depois que encontrar a alegria, ele ensinará aos transgressores o caminho da justiça de Deus (v. 13). Davi sabe que cometeu um crime ao matar Urias e, por essa razão, pede que seja livre dos crimes de sangue (v. 14). O pecado cala o homem, tira-lhe o regozijo de cantar louvores a Deus. Somente o Senhor pode, através do perdão, colocar um cântico novo na boca do pecador (v. 15). De nada adiantam os sacrifícios rituais, a menos que sejam cumpridos em sincero arrependimento (v. 16). O pecado não pode oferecer algo mais valioso a Deus que um coração quebrantado, sinceramente contrito (v. 17). O rei está preocupado que os seus pecados tragam mazelas ao seu povo (v. 18), então, promete que, ao ser perdoado, não apenas ele, mas todo o povo celebrará a Deus com sacrifícios de justiça (v. 19).

3. A RESTAURAÇÃO ESPIRITUAL DE DAVI
Os textos de II Sm. 12 e os salmos 32 e 51 revelam como Davi reagiu diante da revelação do seu pecado. Em II Sm. 12.13 está escrito que o rei disse: “pequei contra o Senhor”. Esse é o caminho da restauração espiritual de todo aquele que quer prosseguir nos caminhos do Senhor. Ao ser confrontado pela Palavra de Deus (Hb. 4.12,13), o cristão deve adotar uma atitude de submissão (Rm. 10.17; I Ts. 1.6). O pecado é uma dura realidade e o seu pagamento é a morte espiritual, mas a vida eterna está em Cristo Jesus (Rm. 6.23). O cristão é pecador, ainda que não viva no pecado (I Jo. 1.8; 3.8), mas se houver arrependimento e confessar os seus pecados, encontrará a misericórdia divina (Pv. 28.13). Temos um Advogado perante o Pai, Jesus Cristo, o Justo, portanto, “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (I Jo. 1.8). E tem mais boas notícias: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I Jo. 2.1,2)..

CONCLUSÃOO pecado traz conseqüências drásticas às vidas das pessoas. Mas nem tudo está perdido, pois Deus é especialista em transformar tragédias em comédias. Há muitos casos registrados na Bíblia de pecadores que foram perdoados por Deus. Nem tudo está perdido para aqueles que fraquejaram durante a caminhada. Há esperança para os que se arrependem e que buscam ao Senhor com coração sincero, orando as palavras do Salmo 51. Reconhecem, com Davi, que pecaram contra o Senhor e são carentes da Sua misericórdia. Deus não apenas trata o pecador arrependido com graça – dando-lhe o que não merece (perdão) – mas também com misericórdia – deixando de dar-lhe o que merece (condenação). Ao Deus que contempla os arrependidos e perdoa os seus pecados seja a honra e glória pelos séculos dos séculos.

Pb. José Roberto A. Barbosa

BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. I e II Samuel: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.
SWINDOLL, C. R. Davi. São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A 'normalização' do pecado




A 'normalização' do pecado -

"Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará" (Mateus 24.12).

Satanás não tem permissão para fazer tudo o que gostaria em relação à humanidade. Se ele pudesse, creio que exterminaria todos os seres humanos de forma cruel. Contudo, o inimigo induz o homem à autodestruição por meio do pecado, assim como Balaão que, não podendo amaldiçoar a nação de Israel, conseguiu derrotá-la diante dos moabitas através da prostituição e da idolatria (Num.31.16; Ap.2.14).

O pecado é produto criado e promovido pelo Diabo (João 8.44). Os fatos dos tempos bíblicos e da atualidade nos permitem deduzir que ele deseja inserir os mais variados tipos de pecado na vida das pessoas e fazê-los crescer como epidemia nas sociedades humanas. Para alcançar sua meta, o inimigo conta com a ajuda do próprio homem na disseminação de conceitos malignos e na execução de ações estratégicas:

1- Negando a palavra de Deus.
"Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis" (Gn.3.4). Satanás fala o contrário do que Deus falou, procurando abrir caminho para a prática pecaminosa. Outra forma de conseguir isso é tentando nos afastar da bíblia. Se a palavra de Deus for desprezada, muitos pecados se espalharão como praga na vida das pessoas.

2 – Presunção de impunidade.
A mesma frase dita a Eva contém a falsa idéia de que o pecador não será punido. E, quando o indivíduo percebe que não houve consequência imediata ou aparente do seu ato, ele se dispõe a repeti-lo (Ec.8.11; Na.1.3).

3- Novos nomes para antigos males
Troca-se o nome do pecado para que deixe de ser ofensivo. Tal eufemismo tem efeito psicológico atenuante. Um título mais suave e agradável transpõe antigas barreiras relacionadas ao termo tradicional. Assim, a prostituição tornou-se um "programa". Seus agentes passaram a se chamar "profissionais do sexo". Adultério virou caso extra-conjugal. Corrupção e desonestidade subsistem sob o codinome de esperteza ou "jeitinho brasileiro". O rótulo mudou, mas o veneno continua o mesmo (Is.5.20).

4- O direito de pecar.
Você merece ser feliz! Esta frase, tão bonita, tem sido usada como desculpa para diversas transgressões, principalmente no âmbito sexual. Seu significado distorcido nada mais é do que a exaltação do egoísmo, que tem sido colocado acima da perseverança, da fidelidade e do amor. Em uma civilização regida pelo humanismo hedonista e imediatista, parece que qualquer tipo de sofrimento precisa e deve ser interrompido rapidamente, mesmo que a saída seja pecaminosa. Até as palavras de Cristo são usadas, de modo distorcido, para justificar a prática do mal, quando se diz que "a carne é fraca" (Mt.26.41). Parece que pecar tornou-se, além de direito, uma necessidade urgente. Entretanto, cada discípulo de Jesus precisa negar a si mesmo (Mt.16.24), esperando o livramento ou o suprimento celestial, assim como o Mestre perseverou até a morte, mesmo quando muitos sugeriam que ele descesse da cruz (Mt.27.40).

5 - Pecado virou sinônimo de prazer (IITss.2.12)
.
Notamos, principalmente na literatura e na música popular, o uso "positivo" da palavra pecado. Pecar parece algo atraente e compensador. Da mesma forma como ser "irreverente" tornou-se qualidade no vocabulário moderno.

6 – Os vendedores do pecado.
Eva foi tentada pela serpente, mas quem tentou Adão? A própria mulher que, naquele instante, comportou-se como representante de Satanás para oferecer o fruto proibido ao marido (Gn.3.6). Da mesma forma, muitos têm exercido esse papel atualmente, entre os quais se destacam alguns artistas e outros formadores de opinião, que assumem a prática pecaminosa em suas mais insidiosas formas, tornando-se seus defensores ferrenhos, como se fossem coisas boas e legítimas para todos. Assim, a força do exemplo de pessoas tidas como modelos da sociedade conduz multidões ao erro, principalmente crianças e adolescentes. Por exemplo, o homossexualismo e a magia são dois produtos em destaque nas vitrines modernas.

7 - A multiplicação causa banalização.
As tentações estão em cada esquina. Parece que existem muitas árvores do conhecimento do bem e do mal em nossos jardins, como resultados das sementes daquela que estava no Éden. A iniquidade se multiplicou (Mt.24.12), tornando-se parte da cultura. Se todos fazem, parece que eu posso fazer também. Esta é a perigosa conclusão individual. Por exemplo, a virgindade é um valor do passado. A prostituição tornou-se regra geral. Algo mais recente é a pirataria generalizada, por meio da qual os direitos autorais são roubados.

8 – O certo parece errado (e vice-versa).
A inversão de valores chegou a tal ponto que, os honestos são chamados de bobos. Se a maioria faz o que é mal, parece errado quem não faz. Quem nada contra a correnteza é criticado. Quem não corre atrás da iniquidade é visto como alienado (IPd.4.4). O pecado ganha terreno e a justiça vai desaparecendo (Is.59.14). Enquanto isso, o que antes era vergonhoso, torna-se motivo de glamour (Jr.6.15). Por exemplo, a exposição pública da nudez agora é arte e as revistas do gênero são encontradas até em padarias e supermercados.

9 – Acostumando com o mal.
O que ocorre com frequência já não recebe a mesma atenção das primeiras vezes. Pode parecer normal, um novo padrão de comportamento. A notícia já não causa escândalo, espanto, nem indignação. Depois, deixa de ser notícia. O pior é quando isso acontece dentro do homem, em um processo de cauterização da consciência. O costume com o pecado elimina o sentimento de culpa e dificulta o arrependimento (ITm.4.2). Enquanto os sentidos são anestesiados, o veneno se infiltra e faz apodrecer a alma.

10- As leis autorizam e regulamentam o pecado.
Representantes de um povo injusto acabam criando leis que contrariam a lei de Deus (Is.10.1). Assim, surge um instrumento forte para que o pecado seja aceito e até mesmo imposto na sociedade. No Brasil, por exemplo, o adultério foi eliminado do código penal, enquanto o homossexualismo e as drogas vão ganhando vozes de defesa entre os legisladores. O ápice desse processo maligno ocorrerá por ocasião do governo do Anticristo, o homem da iniqüidade.

As consequências

Através dessas sementes da maldade, o pecado vai se tornando normal. Quem quiser aceitá-lo dessa forma que o faça, mas lembre-se de que as conseqüências serão terríveis e implacáveis.
A "normalização" do pecado conduz à destruição, primeiramente pessoal, depois familiar, podendo chegar ao comprometimento de um grupo maior, inclusive de cidades inteiras, como aconteceu com Sodoma e Gomorra (Gn.19). Na época do dilúvio, toda a humanidade foi envolvida em extrema corrupção pecaminosa, o que quase levou à sua extinção. Os últimos dias, disse Jesus, serão semelhantes àqueles (Mt.24.37-39) .

Estamos conscientes de que não vamos mudar o mundo, mas precisamos ficar atentos para que o mundo também não mude os cristãos e a igreja. Não podemos abrir mão dos nossos princípios. Os fatores supracitados vêm como uma avalanche para nos carregar. Como escaparemos de tão grande força? Através do apego à palavra de Deus, com fé, compromisso e obediência, na comunhão dos salvos, e com o auxílio do Espírito Santo. Nossa cultura é outra, da pátria celestial (Heb.11.16). Não somos deste mundo, como Jesus não é (João 17.14; 18.36). A mentalidade mundana é cada vez mais podre. Nós, porém, temos a mente de Cristo (ICo.2.16).

Tudo isto não significa que sejamos perfeitos, mas o que não podemos é aceitar o pecado passivamente. Noé também não era perfeito. Entretanto, era justo e procurava viver de acordo com a vontade de Deus. Desse modo, juntamente com sua família, ele foi salvo da destruição que assolou seus contemporâneos.
Assim também, a igreja deve ser uma sociedade diferente neste mundo de trevas. Enquanto grande parte da humanidade caminha para o inferno, nós devemos caminhar em sentido contrário, sempre procurando salvar alguns do fogo, cuidando para que nós mesmos não sejamos por ele devorados (Jd.23).

"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm.12.2).

Anísio Renato de Andrade
Bacharel em Teologia

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Lição 08 / O PECADO DE DAVI E SUAS CONSEQUÊNCIAS/Subisídios







O PECADO DE DAVI E SUAS CONSEQUÊNCIAS


Objetivo: Mostrar que a resposta à tentação para pecar não é ignorá-la ou ser-lhe indiferente, mas invocar as promessas bíblicas pela fé em Cristo.

INTRODUÇÃO
Davi, o homem segundo o coração de Deus, se deixou levar por sua vaidade. E, como todos os homens, a exceção de Cristo, também pecou. Na lição de hoje extrairemos algumas lições a respeito desse triste episódio na vida de Davi. Inicialmente contextualizaremos o seu pecado, mostraremos as condições existenciais para que esse ocorresse. Em seguida trataremos especificamente a respeito do seu pecado e ao final, mostraremos as conseqüências do pecado de Davi a fim de extrairmos lições para a vida cristã.

1. O DESEJO DESENFREADO DE DAVI
O narrador bíblico diz, em II Sm. 11, que Davi estava em Jerusalém. Enquanto isso, seus subordinados se arriscavam na guerra contra os amonitas. Após a refeição, o rei fez sua sesta, e em seguida, caminhou pelo terraço do palácio, perambulando de um lado para outro, em inquietação extrema. Em sua posição estratégica, acima dos demais moradores da cidade, a tudo observava do alto até que seus olhos pairam na direção de uma mulher mui formosa que se banhava. Davi não levava em conta os sentimentos pessoais dela, por isso, numa atitude de abuso sexual, envia seus mensageiros a fim de se relacionar sexualmente com ela. É digno de destaque que o nome de Bate-Seba somente é citado depois dos primeiros versículos desse capítulo, isso porque, para Davi, ela, a princípio, não passava de uma mulher. Mas Bate-Seba, a mulher com a qual Davi se envolveu impulsivamente, engravidou, consequentemente, o rei ficou preocupado. A fim de encontrar uma saída, Davi chamou Urias, o heteu, para coabitar com Bate-Sete, sua esposa, a fim de que a gravidez fosse encoberta. Em respeito ao rei e aos demais guerreiros, Urias se deitou à porta da casa real, decidindo a permanecer com todos os servos de Davi. Diferentemente de Davi, Urias demonstrou fidelidade e não quis usufruir do seu direito para cumprir a satisfação própria. Sua atitude também demonstra solidariedade em relação aos seus colegas soldados. Por fim Davi toma uma decisão extrema, e, para desposar Bate-Seba, planeja a morte de Urias. Muitas vidas são postas em risco para que a vontade egoísta do rei seja levada adiante.

2. O PROFETA REPREENDE O REI DAVI
O rei de Israel deveria submeter-se à palavra profética, por esse motivo, o Senhor enviou Nata, o profeta, para repreender o rei pelo seu pecado. Nata conta-lhe uma história a respeito de dois homens – um rico e um pobre – o primeiro tinha ovelhas e gado em grande número, mas o segundo apenas uma cordeirinha. Para recepcionar um hospede, ao invés de sacrificar uma das suas muitas ovelhas, o homem rico toma a ovelha de estimação do pobre e a prepara para o banquete. A reação de Davi, revoltado pela atitude descabida do homem rico, é imediata e contundente: o homem que cometeu tamanha atrocidade deva ser morto. Interessante que Davi não conseguiu identificar-se naquela história. Uma demonstração da evasão humana diante do pecado. O ser humano prefere apontar seu dedo na direção do outro ao invés de reconhecer seus erros. Uma pesquisa comprovou que uma das frases menos ditas é: “eu errei”. A repreensão profética se fez necessária a fim de que, como diante do espelho, Davi tomasse consciência do seu pecado: Tu és o homem. Esse trecho da Escritura nos revela o poder de desvelamento da Palavra de Deus, sendo essa, conforme está escrito em Hb. 4.12,13: “é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar”. O pecado de Davi não ficaria impune, por isso, uma série de conseqüência adviria das atitudes do rei de Israel. Ninguém pense que o pecado não trará suas mazelas, pois o que homem plantar isso também ceifará (Gl. 6.7).

3. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
Não há como conviver amistosamente com o pecado, pois o que o homem plantar isso também ceifará (Gl. 6.7). Essa é uma verdade que pode ser constatada na realidade do pecado de Adão e Eva (Gn. 3.1-6). Algumas vezes, como no caso de Davi, o pecado não apenas atinge o indivíduo pessoalmente, também aqueles que lhe cercam. Uma das conseqüências primárias do pecado, depois de reconhecido, é a tristeza, atingindo o ser humano emocionalmente (Sl. 6.6), ainda que essa tristeza possa conduzir ao arrependimento (II Co. 7.10) Essa porém não é a conseqüência imediata do pecado, antes o distanciamento do Seu Criador (Rm. 3.23). O pecado é uma transgressão dos mandamentos do Senhor que é Santo (I Jo. 3.4; Rm. 4.15). Por esse motivo, quando o pecado ocorre não apenas o pecador se entristece, também entristece o Espírito Santo, que o selou para o dia da redenção (Ef. 4.30). Uma outra conseqüência do pecado não arrependido é o efeito cascata, isto é, um erro pode conduzir a outros sucessivos. O envolvimento sexual de Davi com Bate-Seba o levou a um outro pecado, o assassinato de Urias. O pecado de um determinado indivíduo também pode levar outras pessoas – algumas vezes que nada têm a ver com o caso – ao sofrimento. Urias padeceu por causa do pecado de Davi, demonstrando, assim, a implicação social do pecado humano. Por fim, mas não por último, o pecado tem implicações psicossomáticas, ou seja, a menos que haja arrependimento e confissão, males sobrevirão ao corpo, por isso Paulo advertiu os crentes de Corinto que entre eles havia “muitos fracos e doentes e muitos que dormem” (I Co. 11.30).

CONCLUSÃO
O pecado do cristão precisa ser confessado e abandonado (Tg. 5.16). Como Davi, é preciso reconhecer os pecados pessoais perante Deus (Sl. 41.1). A Palavra de Deus diz que os que confessam seus pecados e os deixam alcançarão misericórdia (Pv. 28.13). Aqueles que assim o fazem desfrutarão da bem-aventurança do Sl. 32.1-2, pois o Senhor não atribui iniqüidade. Caso contrário, os ossos envelhecerão, a alma passará por gemidos, e a mão do Senhor pesará (Sl. 32.3,4).

Pb. José Roberto A. Barbosa
BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. I e II Samuel: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.
SWINDOLL, C. R. Davi. São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

VASOS DE BARRO






Os escritores bíblicos utilizaram muitas figuras para transmitir
ensinamentos espirituais. Utensílios domésticos, como os vasos de
barro, foram citados inúmeras vezes. Objetos assim, presentes em
todas as casas, tornavam-se bons recursos didáticos, facilitando a
compreensão de muitas lições para todos os ouvintes e leitores.

Em muitos textos, o homem é comparado ao vaso, visto que ambos são
feitos do barro (Sal.31.12; Jr.22.28; 51.34). Em outros, a própria
nação de Israel é representada dessa forma (Jr.18.1-6; 19.1,10,11;
Is.30.14. Os.8.8). O oleiro se torna uma figura do próprio Deus.

"Ó Senhor, tu és nosso Pai; nós o barro e tu o nosso oleiro; e todos
nós a obra das tuas mãos". (Is.64.8).

O apóstolo Paulo citou os vasos algumas vezes em suas epístolas. Para
ele, todas as pessoas eram ou poderiam vir a ser vasos bons ou ruins
(Rm.9.21). Afinal, ele mesmo foi nomeado como um "vaso escolhido"
pelo Senhor (At.9.15). Entre suas instruções ao jovem líder Timóteo,
lemos: "De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso
para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para
toda a boa obra." (II Tm.2.21).

Tais recipientes eram imprescindíveis no dia-a-dia, sendo usados para
guardar desde líquidos até pergaminhos. Todas as pessoas precisavam
deles. Da mesma forma, aprendemos que Deus precisa de nós. É
estranho dizer que Deus possa precisar de algo ou de alguém, mas isto
acontece porque ele mesmo decidiu nos usar em sua obra.

Quando Eliseu operou o milagre da multiplicação do azeite da viúva,
ele pediu que se trouxessem muitas vasilhas vazias (IIRs.4). Se
fosse hoje, traríamos muitas panelas de alumínio, ou de ferro, mas,
naquele tempo, eram vasos de barro. O azeite só parou de jorrar
quando os vasos acabaram. Embora Deus pudesse agir de tantas
maneiras, ele decidiu usar os vasos que estivessem disponíveis.
Assim também, ele deseja nos encontrar à sua disposição para que
milagres aconteçam.

O MATERIAL

Nos tempos bíblicos existiam vasos de vários tipos, mas o mais comum
era o de barro. Fazer um vaso de pedra seria muito difícil. Fazer
um vaso de lama, seria impossível. O barro, porém, com sua
consistência e flexibilidade, é o material ideal para o trabalho do
oleiro. Deus deseja trabalhar em nosso caráter. Não podemos ser
duros como a pedra nem instáveis como a lama.
Algumas pessoas são duras, insensíveis, inflexíveis. Não perdoam, não
se arrependem, não choram, não mudam, não aprendem. Costumam
dizer: "Eu sou assim mesmo, e não vou mudar". Outras são inseguras,
volúveis como a lama, que só serve para sujar o lugar onde se
encontra. Não podem ser moldadas nem contidas. Mudam de idéia
rapidamente. Não têm propósito definido. São sempre imprevisíveis e
inconstantes. Com a mesma rapidez com que se convertem, desviam-se.

O barro, entretanto, encontrado no melhor equilíbrio entre suas
porções de terra e água, torna-se matéria prima para que o oleiro
realize sua arte com liberdade e satisfação. Precisamos aceitar o
trabalho de Deus em nós, recebendo de bom grado o que sabemos ser a
sua vontade para as nossas vidas. Não podemos rejeitar o que vem de
Deus. Deixando de lado a murmuração, o questionamento e a rebeldia,
aceitemos o trabalho do oleiro.


A FABRICAÇÃO

"Desce à casa do oleiro e lá te farei ouvir as minhas palavras."
(Jr.18.2).

O barro, que para muitos pode não ter valor, é visto de outra forma
pelo oleiro, que nele consegue vislumbrar o objeto que pode ser
fabricado. Deus vê em nós tudo aquilo que podemos ser, desde que
estejamos em suas mãos. No momento presente, talvez ainda não
tenhamos a forma desejada pelo Senhor, mas, se nos deixarmos moldar,
a obra iniciada será concluída (Fp.1.6).

Assim como Deus tomou o barro e formou o primeiro homem, ele continua
moldando o nosso caráter. O trabalho de suas mãos demonstra dedicação
e carinho para conosco. O barro é amassado de todos os lados,
recebendo a porção de água necessária para que sua flexibilidade seja
mantida. Ele não pode endurecer no meio do processo.

Quantas vezes nos sentimos amassados também? Somos atribulados,
provados, pressionados. Estamos sendo moldados. É um processo de
transformação para que sejamos o que o Senhor planejou para nós,
ainda que não possamos compreender plenamente os seus métodos e
propósitos.

Nesse momento, as escórias são retiradas. Todo corpo estranho que
houver no barro será removido. Assim também, Deus pode retirar de
nós algo que não está lhe agradando. Pode doer. Podemos sentir falta,
mas o resultado será muito melhor.

O oleiro é soberano. Somente a sua vontade e o seu bom gosto são
determinantes sobre a forma que o vaso terá (Jr.18.4). Não podemos
exigir que Deus faça ou deixe de fazer algo.

"Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos
de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes"?
(Is.45.9; Rm.9.20; Is.29.16).

Algumas vezes o vaso se quebra durante a fabricação (Jr.18.4), ou
pode ser que o próprio oleiro o quebre por não estar satisfeito com a
sua forma. Em seguida, os pedaços são juntados e colocados novamente
sobre as rodas. O Senhor não desiste de nós. Se caímos e quebramos,
ele nos dá outra oportunidade. Enquanto estivermos neste mundo,
ainda podemos ser moldados, conquanto que estejamos nas mãos de
Deus. A pessoa que foge rejeita o tratamento. Aqueles que desistem
do evangelho, abandonam a igreja, estão resistindo à ação das mãos de
Deus. Nunca deixam de estar ao seu alcance, mas podem não se tornar
vasos para a honra.

Quando termina a fase de modelagem e o vaso se encontra na forma
desejada pelo oleiro, começa a secagem. O vaso é colocado em algum
lugar onde deverá ficar o tempo necessário. Ele não está sendo
moldado nem utilizado. Parece que foi abandonado e esquecido, mas o
oleiro sempre está atento. Não se preocupe. Pode parecer que tudo
esteja concluído ou até mesmo perdido, mas não está.

Antes de ser utilizado, o vaso ainda precisa passar pelo fogo para
adquirir resistência e impermeabilidade.

"Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos
tentar, como se coisa estranha vos acontecesse" (IPd.4.12).

Quantas vezes desejamos ser usados pelo Senhor! Queremos estar em
constante atividade, mas somos colocados para esperar e passamos por
tribulações inexplicáveis. Tudo faz parte do processo de formação.

Moisés, aos 40 anos, queria libertar o seu povo, mas precisou esperar
outros 40. José foi vocacionado aos 17 anos, mas somente aos 30
começou a cumprir o seu chamado. Davi, ainda jovem, foi ungido rei de
Israel, mas precisou esperar muitos anos para assumir o trono. Entre
a vocação e o cumprimento da missão, existe um processo de
preparação, sem a qual não estaremos aptos para fazermos o que Deus
deseja. Não podemos determinar a duração dessa fase, mas temos
certeza quanto à sua ocorrência.

O barro, que precisa ser maleável para ser moldado, não pode
continuar flexível depois que o vaso fica pronto. Por isso precisa
passar pelo fogo. Quem se converte ao evangelho de Jesus Cristo não
pode mais se converter a outra coisa, outra doutrina ou religião. Se
já conhecemos o Senhor, precisamos ser resistentes a outros apelos ou
às transformações propostas pelo mundo.

A CONDIÇÃO DO VASO

Todo vaso, por melhor que seja, não poderá ser usado se estiver
sujo. Não podemos ser usados pelo Senhor para os melhores propósitos
se estivermos contaminados. Por isso, precisamos viver em
santificação. Se pecarmos, devemos suplicar o perdão, lavando-nos no
precioso sangue de Jesus. O vaso precisa estar limpo, por dentro e
por fora (Is.66.20). A lei de Moisés determinava que os vasos imundos
fossem destruídos (Lv.11.33,35; 15.12). Eram casos extremos de
imundícies bem específicas.
Os vasos da casa de Deus precisam estar purificados, santificados,
idôneos e preparados para toda boa obra (IITm.2.21).


O CONTEÚDO DO VASO.

Encontramos na bíblia muitas referências aos vasos e ao seu conteúdo.
Alguns são mencionados contendo água (Num.19.17), outros com azeite
(ISm.10.1), vinho (Joel 3.13), perfume (Lc.7.37), maná (Ex.16.33),
vinagre (João 19.29), documentos (Jr.32.14) e coisas abomináveis
(Is.65.4).

Qual é o nosso conteúdo? Estamos cheios de quê? Quantas vezes,
alguém se aproxima de nós, talvez atraído por nossas características
exteriores, esperando encontrar água e acha vinagre?

Estamos cheios de pecado? Cheios de amargura, malícia, inveja? Quem
não confessa ou não perdoa, guarda o pecado em seu interior.

Para que sejamos usados pelo Senhor para a sua glória, precisamos
renunciar a todo o mal que porventura estejamos carregando em nossos
corações. Aquele que guarda o rancor deve perdoar. Assim, o vaso se
esvazia do que é ruim e pode ser cheio com o que é bom, de modo que
venha transbordar.

Quando Paulo escreveu a Timóteo sobre a purificação do vaso
(IITm.2.14-26) ele se referia a algumas coisas que precisavam ser
evitadas ou eliminadas: contenda (v.14); falatórios vãos (v.16),
injustiça (v.19), desejos da mocidade (v.22) e questões insanas
(v.23). A lista inclui pecados notórios e alguns itens que parecem
não ser tão prejudiciais, tais como os falatórios vãos. Entretanto,
são práticas que ocupam nosso tempo, ocupam o espaço no vaso que
deveria estar cheio de preciosidades.
Paulo recomendou que Timóteo se enchesse com justiça, fé, amor, paz,
mansidão, paciência e aptidão para ensinar (v.22 e 24).


A UTILIDADE DO VASO


Encontramos tantas referências bíblicas sobre os vasos, em tantas
situações distintas, mas nenhuma delas apresenta o vaso com o
propósito ornamental. Não encontramos vasos com plantas ou flores
para enfeitar algum ambiente. Os vasos existem para o serviço. Eles
precisam conter alguma coisa útil.

O vaso não é apenas receptor, mas recipiente. Ele recebe, guarda,
conserva e entrega no tempo certo. Devemos receber a palavra do
Senhor em nossos corações. Pela ação do Espírito Santo, ela produzirá
poder e unção que fluirá em nossas vidas.

CUIDADOS COM O VASO

Depois de tão difícil processo de formação, o vaso não pode cair. Se
isso acontecer, poderá quebra-se. Ainda que possa ser refeito, muito
tempo será perdido e sua utilidade ficará reduzida. Assim acontece
com aqueles que fracassam na vida cristã, tornando-se motivo de
escândalo.

Quando a bíblia nos compara aos vasos de barro, ela nos exorta à
humildade. O próprio termo "humildade" vem de "humus", palavra
latina que significa "barro". Que cada um de nós veja a si mesmo de
forma simples, sabendo que estamos nas mãos de Deus, dependentes da
sua misericórdia.

Mais importante do que o vaso é o seu conteúdo:

"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência
do poder seja de Deus, e não de nós" (IICo.4.7).

Cristo habita em nós, e isto faz com que tenhamos um grande valor.
Jamais podemos nos esquecer disso. Se fizermos algo de excelente no
reino de Deus, terá sido pelos méritos de Jesus, que operou em nós de
modo maravilhoso.
Coloque-se nas mãos do oleiro. Ele quer transformá-lo e usá-lo.

Anísio Renato de Andrade
Bacharel em teologia.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O MILAGRE DA PESCA




Quando achamos que é o fim, Jesus nos oferece um recomeço.

"Certa vez, quando a multidão apertava Jesus para ouvir a palavra de
Deus, ele estava junto ao lago de Genezaré; e viu dois barcos junto
à praia do lago; mas os pescadores haviam descido deles, e estavam
lavando as redes. Entrando ele num dos barcos, que era o de Simão,
pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, sentando-se,
ensinava do barco as multidões. Quando acabou de falar, disse a
Simão: Faze-te ao mar alto e lançai as vossas redes para a pesca. Ao
que disse Simão: Mestre, trabalhamos a noite toda, e nada apanhamos;
mas, sobre tua palavra, lançarei as redes. Feito isto, apanharam uma
grande quantidade de peixes, de modo que as redes se rompiam.
Acenaram então aos companheiros que estavam no outro barco, para
virem ajudá-los. Eles, pois, vieram, e encheram ambos os barcos, de
maneira tal que quase iam a pique. Vendo isso Simão Pedro, prostrou-
se aos pés de Jesus, dizendo: Retira-te de mim, Senhor, porque sou
um homem pecador. Pois, à vista da pesca que haviam feito, o espanto
se apoderara dele e de todos os que com ele estavam, bem como de
Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão. Disse
Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante serás pescador de
homens. E, levando eles os barcos para a terra, deixaram tudo e o
seguiram" (Lc.5.1-11).
Aquele maravilhoso episódio marcou a vocação dos principais
discípulos de Cristo: Pedro, Tiago e João. Podemos vislumbrar três
momentos distintos na narrativa de Lucas. O primeiro é caracterizado
pela DECEPÇÃO. Depois de uma noite de trabalho mal sucedido, aqueles
pescadores desceram do barco e estavam lavando suas redes. Isto
indicava o encerramento do expediente. Suas esperanças acabaram.
Durante a noite, haviam empregado todos os seus recursos,
conhecimentos e esforços na pesca, mas nada apanharam.
Contudo, Jesus chegou e tudo mudou. A noite tinha terminado, mas o
dia estava apenas começando. As trevas deram lugar à luz. Os
pescadores pensavam que não poderiam pescar, mas Cristo tinham outro
pensamento. Eles pescariam muito mais do que podiam imaginar.
Aqueles homens representavam muito bem a situação de uma vida sem
Cristo, marcada pelo fracasso e pela desilusão; mas aquele terrível
momento foi a melhor oportunidade para um encontro com o Mestre. As
piores circunstâncias podem ter efeito positivo, se buscarmos a
Deus, permitindo que ele nos ajude. E, mesmo quando não o buscamos,
ele procura por nós. Jesus foi até a praia, para alcançar aqueles
pescadores. Muitas pessoas estão frustradas em vários aspectos de
suas vidas e por isso estão desistindo de seus sonhos e planos,
sejam profissionais, familiares e outros. Estão descendo do barco e
lavando as redes. Estão abandonando a sua posição. Ao invés de
descer do barco, devemos deixar que Jesus entre nele.
Embora não parecesse, aqueles homens poderiam fazer muito mais do
que tinham feito, mas não sem Jesus. Nós também, hoje, podemos ser
bem sucedidos na vida, mas não sem Jesus. A situação mudou
totalmente porque havia ali a PRESENÇA de Cristo, sua PALAVRA
ordenando a pesca e o seu PODER para que o MILAGRE acontecesse.
Porém, outros elementos seriam necessários: a FÉ e a OBEDIÊNCIA dos
pescadores.
Em qualquer área, dificilmente avançaremos sem fé. Na vida
profissional, espiritual, ministerial ou familiar, precisamos
acreditar em nossos sonhos, nosso potencial e possibilidades. Quem
não tem fé, não sai da praia, não avança, não progride. Precisamos
crer em nós mesmos. Afinal, Deus nos deu um potencial. Sabemos
navegar e manusear o equipamento de trabalho; mas essa auto-
confiança não pode ser tão grande ao ponto de nos julgarmos auto-
suficientes. Acima de tudo, precisamos crer em Deus, pois é a sua
palavra que garante a nossa pesca. Precisamos também acreditar nos
irmãos que nos rodeiam, pois eles nos ajudarão a segurar a nossa
rede.
A opinião de Pedro era negativa, porque estava fundamentada no
fracasso da experiência anterior. Contudo, ele reconheceu que a
palavra do Mestre, ainda que contrária à sua expectativa, era digna
de confiança. Pedro creu em Cristo. Da mesma forma, nós devemos
aceitar a palavra de Deus, ainda que ela seja diferente da nossa
opinião pessoal e esteja nos propondo algo improvável ou impossível.
Jesus mandou que eles levassem o barco para alto mar e lançassem
suas redes. Era preciso TRABALHAR um pouco mais, TENTAR novamente,
ARRISCAR mais uma vez. Não podemos, simplemente, guardar as redes.
Elas precisam ser usadas. Nossos talentos devem ser colocados em
ação. Alguns milagres dependem da nossa participação. Existe ação
humana e ação divina ocorrendo em conjunto para que coisas
extraordinárias aconteçam.
Em algumas situações, não basta orar; é preciso agir. Muitos querem
que Deus faça tudo sozinho. De fato, ele já fez o que não poderíamos
ter feito. Ele criou os peixes. Agora, a nossa parte é pescar, sob a
direção e a bênção do Mestre.
Cristo poderia ter dado ordem aos peixes para que pulassem dentro
das embarcações. Seriam tantos que os barcos não suportariam. Porém,
ele deu ordem aos pescadores. Eles precisavam participar. Deviam
desamarrar o barco, abandonar a segurança da praia, ir para o alto
mar e lançar as redes. Foi o que aconteceu. O resultado foi a
captura de uma enorme quantidade de peixes.
Se Pedro, Tiago e João, continuassem na praia lavando suas redes,
nada aconteceria. A presença de Jesus, sua palavra e seu poder
seriam desperdiçados. Os pescadores entraram então no segundo
momento do episódio. Começaram o dia decepcionados, agora estavam
MARAVILHADOS com Jesus. Este, porém, não era ainda o fim da
história.
Eles poderiam então propor uma sociedade com Cristo para que
montassem uma grande empresa de pescados, afim de ganharem muito
dinheiro. Entretanto, isto não aconteceu. Jesus tinha uma proposta
diferente, pois o seu alvo não era material nem financeiro. Ele
disse a Pedro: "de agora em diante serás pescador de homens".
Este foi o terceiro momento: a hora do DESAFIO. O que Jesus tinha em
mente para aqueles homens era muito mais do que eles poderiam
imaginar. Aquela grande quantidade de peixes foi apenas um pequeno
sinal do poder de Jesus. O que ele planejava era que Pedro, Tiago e
João fossem pescadores de homens, tornando-se discípulos e
apóstolos.
Precisamos abrir os olhos. Talvez estejamos querendo apenas peixes.
Deus tem muito mais para nós. Não podemos ficar limitados aos nossos
pequenos desejos humanos, nosso pequenos barco, nossa pequena rede.
Deus quer nos levar muito além de tudo isso.
Se pensamos que já temos experimentado muito de Deus, estamos
enganados.
Quando julgamos que tudo está perdido ou encerrado, Deus vem nos
conscientizar de que ainda podemos fazer muito mais, não sozinhos,
mas tendo em nós a sua presença, sua palavra, seu poder, juntamente
com a nossa fé e a disposição para obedecer.
Sem Jesus, não há esperança. Com ele, não há limites para a ação do
seu poder em nós.

Anísio Renato de Andrade
Bacharel em Teologia

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Lição 07/ A EXPANSÃO DO REINO DAVIDÍCO/ Subsídios




A EXPANSÃO DO REINO DAVÍDICO
Texto Áureo: II Sm. 3.9,10 - Leitura Bíblica em Classe: II Sm. 5.6-10


Objetivo: Destacar a potencialidade e a expansão do reinado de Davi, bem como os perigos decorrentes da prosperidade material.

INTRODUÇÃO
Após ser entronizado como rei de Israel, Davi estende as fronteiras do território, resultando numa expansão expressiva. Na aula de hoje estudaremos a respeito desse crescimento, com destaque para a conquista de Jerusalém, a sede do reino. Em seguida, refletiremos a respeito do alcance desse reino bem como os perigos dele decorrente para Davi e o povo de Deus.

1. A CONQUISTA DE JERUSALÉM
A conquista de Jerusalém aconteceu provavelmente após a vitória sobre os filisteus. O domínio de Jerusalém constituiu-se num marco histórico para todo o povo hebreu. A providência divina nessa vitória é evidenciada no fato de Davi disponibilizar um exército pequeno para a batalha. Já que os jebuseus – habitantes daquela região – eram considerados imbatíveis. A descrição da cidade mostra a dificuldade para sua conquista: o norte – com uma encosta a oeste – na direção do vale do Tiropeom e o Cedorom, um muro de pedras rústicas e pesadas isolava a cidade, e de cima, os jebuseus podiam atirar pedras sobre os inimigos, o que tornava qualquer vitória sobre ela improvável. Mesmo assim Davi se apossou da fortaleza de Sião, sob as condições mais adversas. Após a conquista, os guerreiros de Davi entraram na cidade paulatinamente e subjugaram os jebuseus. Aquela cidade, situada em ponto estratégico, tornou-se a cidade de Davi. Ao decidir por aquela cidade, Davi tomou a sábia decisão de se colocar numa região neutra em relação às tribos de Israel. Esse feito possibilitou a unidade nacional representada simbolicamente pela capital, centro das atenções do povo. Logo depois da ocupação da cidade, Davi tratou se investir em sua infra-estrutura a fim de torná-la favorável à habitação do rei.

2. A EXPANSÃO DO REINO DAVÍDICO
A conquista de Jerusalém resultou na ampla expansão do reino de Israel. Ainda que, logo a principio, os filisteus investiram contra Davi, a fim de matá-lo, mas não obtiveram êxito, pois o Senhor era com ele (II Sm. 5.10,25). Os povos vizinhos de Israel reconheciam a atuação de Deus no reinado de Davi, os mensageiros do rei de Tiro, Hirão, é um exemplo (II Sm. 5.11). Por essa época a Arca da Aliança fora trazida para Jerusalém e ali permaneceu em uma tenda provisória até a construção do Templo no reinado de Salomão, o filho de Davi (I Rs. 8.1-9). A presença da Arca em Jerusalém, na sede do reinado, demarcava a importância do culto a Deus. Por essa razão, Davi e os filhos de Israel celebraram ao Senhor por ocasião da chegada da Arca (II Sm. 6.5). Essa atitude de Davi revela a importância que o rei atribuía a Deus. Nos dias atuais, no contexto materialista no qual estamos inseridos, predomina a ganância. São poucos os que ainda têm algum temor a Deus. Ao invés de tributarem em agradecimento a Deus pela expansão, os governantes ostentam a glória própria, pois como Herodes, não dão a devida glória a Deus (At. 12.23). Alguns outros, até dizem acreditar que Deus existe, mas vivem como se Ele não existisse, trata-se de uma crença meramente intelectual, destituída de obediência (Rm. 2.1-7). A expansão, seja ela coletiva ou individual, implica em grande responsabilidade. Aqueles que têm em abundância não devem olhar apenas para si mesmos, antes precisam se voltar para os outros, principalmente para os mais necessitados (I Jo. 3.17). Principalmente na cultura brasileira, já que as pesquisas comprovam que a prosperidade material, neste país, não redunda em dividendos sociais, diferentemente de alguns outros paises em que os ricos têm vergonha do acumulo exagerado de bens, por esse motivo, tratam de investir no reino de Deus e nas obras sociais.

3. OS PERIGOS DA EXPANSÃO
Fala-se muito em prosperidade nos dias atuais. Muitas igrejas fizeram da expansão e da riqueza o moto de suas mensagens. Mas a busca desenfreada pelo sucesso, fama e riqueza não garantem genuína espiritualidade. Uma igreja – ou pessoa – financeiramente próspera não necessariamente é espiritual. O Senhor Jesus repreendeu a igreja de Laodicéia pela prosperidade destituída de espiritualidade (Ap. 3.14-22). Os momentos de expansão foram sempre os mais perigosos na história de Israel e da Igreja. A romanização da igreja é um exemplo que não deve ser seguido. A fim de ganhar território e expandir suas fronteiras a igreja fez concessões que puseram em risco sua integridade. A biografia de Davi revela essa verdade, pois mesmo sendo um grande rei, juiz e general, não esteve imune às tentações que envolvem o sucesso. Há um sábio provérbio que diz: “o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”. Na mesma medida em que Davi expandia as fronteiras de Israel - também cometia os maiores deslizes espirituais. Acumulou várias esposas e com cada uma delas teve filhos que se digladiavam na ânsia pelo poder e luxúria (II Sm. 3.2; 13.1-4). Dentro de casa Davi não conseguia ser um bom pai, pois não contrariava os filhos, de modo que esses se voltaram contra ele (II Sm. 15.13,14; I Rs. 1.5-6). A expansão levou Davi à monotonia e às práticas de lazer que o conduziram aos desejos descontrolados (II Sm. 11.2-17).

CONCLUSÃO
A coroação de Davi possibilitou uma expansão sem precedentes na história do povo de Israel: de 24.000 para 240.000 Km². A conquista de Jerusalém foi o marco inicial do período áureo do reino davídico. Os cristãos esperam pela manifestação da Jerusalém espiritual, que virá de cima, em estado eterno (Gl. 4.25,26; Ap. 21.1,2). A expansão, o crescimento e a prosperidade no tempo presente não devem anular a esperança do que está por vir, pois “como está escrito: as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (I Co. 2.9).

BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. I e II Samuel: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.
SWINDOLL, C. R. Davi. São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

Fonte:Subsídios EBD
Pb. José Roberto A. Barbosa

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Inconstância ou Crescimento




INCONSTÂNCIA OU CRESCIMENTO.
Qual é o nosso movimento?

"O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos" (Tg.1).
Muitas pessoas são instáveis, indecisas. Não têm alvos determinados nem sabem o que querem. A cada dia correm atrás de um propósito diferente. Aliás, propósito não é a melhor palavra nesse caso. Estão, hoje, em busca de algo que será esquecido amanhã. O inconstante não tem visão de futuro. Pensa apenas nas necessidades imediatas.
A inconstância pode ser observada em pequenas coisas, mas é muito prejudicial quando afeta aspectos importantes da vida, como as questões profissionais. Quantos jovens vivem na indefinição quanto à sua área de trabalho! Sabemos que, em muitos casos, a situação fica difícil e o desempregado aceita a primeira oportunidade que aparece. Entretanto, é preciso que cada pessoa escolha uma profissão e procure se especializar nela. Não podemos fazer "de tudo um pouco". O generalista pode acabar perdendo todas as oportunidades para os especialistas.
Viver mudando de emprego, com pouco tempo de permanência em cada um, pode ser também um problema. É preciso definir, escolher bem e permanecer. O resultado será o conhecimento, o domínio e o crescimento. A planta que vive sendo trocada de lugar, sem que possa criar raízes profundas, não produzirá frutos e poderá morrer antes do tempo.
A vida sentimental é outro setor em que a inconstância se manifesta, e isso caracteriza mais os homens do que as mulheres. É uma namorada aqui, outra ali, uma hoje, outra amanhã, e assim vai.
No âmbito da espiritualidade, algumas pessoas são ecumênicas. Frequentam a igreja, mas vão também ao centro espírita. Leem a Bíblia e consultam o horóscopo. Quem coloca um pé no barco e mantém o outro em terra firme acaba caindo na água.
Na época de Elias, o povo de Israel queria servir a Deus e a Baal. Então, o profeta lhes disse:
"Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal, segui-o." (I Rs.18.21). Era preciso decidir.
Em outro contexto, Josué também advertiu o povo com essas palavras: "Escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor." (Js.24.15).
Jesus deseja que sejamos seus seguidores, decididos e persistentes, a despeito das dificuldades. Ele disse aos seus discípulos:
"Eu sou a videira; vós sois os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto" (João 15.5).
Concluímos que a inconstância é uma praga. Logo, podemos dizer que a perseverança e a estabilidade são positivas? Talvez.
Sejamos decididos e perseverantes, mas a grande pergunta é: perseverantes em quê e por quanto tempo?

A TEIMOSIA

Muitos são perseverantes na prática do mal. Percebemos isso nas palavras de Paulo:
"Permaneceremos no pecado para que a graça abunde? De modo nenhum" (Rm.6.1-2). O apóstolo não permaneceria no pecado, mas muitos permanecem.
Quantas pessoas são teimosas como um burro empacado! Não ouvem conselhos nem aceitam advertências. Enquanto não se arrebentam, não aprendem.
Salomão escreveu: "Não te apresses a sair da presença do rei, nem persistas em alguma coisa má" (Ec.8.3).
Nesse caso, a perseverança torna-se negativa. Desistir é o melhor a se fazer. Arrepender-se do mal não é sinal de fraqueza, mas de crescimento.

A PARALISIA

Há um tipo de perseverança que consiste na permanência em um lugar bom, na prática do bem, mas até isto pode ser prejudicial. É a insistência em coisas boas, porém medíocres ou primárias.
O bebê não pode ficar para sempre no útero. E, depois que nasce, não pode parar em nenhum estágio do seu desenvolvimento.
Na vida profissional, passar 40 anos no mesmo emprego pode ser excelente ou péssimo. Depende do emprego. Se o indivíduo passou sua vida em uma posição, quando poderia ter galgado outras melhores, sua perseverança pode ter sido defeito e não qualidade. A estabilidade, tão desejada e importante, pode ser também sinônimo de estagnação.
Antes de subir ao céu, Jesus disse aos discípulos:
"Permanecei, pois, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc.24.49).
No primeiro momento, eles não deveriam ausentar-se da cidade. Entretanto, não poderiam viver lá para sempre. O limite entre uma e outra atitude encontra-se na palavra "até". Quando o dom se manifestasse, este seria o sinal de que um trabalho maior poderia e precisava ser feito. Era preciso avançar, crescer, progredir. Nós também não podemos parar, seja na vida material ou espiritual.
Inconstância é ruim e perseverança nem sempre é boa. Afinal, qual será o procedimento ideal? Não podemos criar uma regra. Cada situação deverá ser analisada sob oração e com a sabedoria que vem de Deus, de modo que possamos identificar o nosso "até". Como os israelitas no deserto que, vendo a nuvem se erguer, desmontavam o acampamento para seguirem em sua jornada, possamos ser sensíveis ao mover do Espírito, não ficando para trás (Ex.40.36).
Cresçamos, alargando as nossas fronteiras, sabendo, porém, que alguns compromissos devem ser irrevogáveis.
Muitas coisas podem e precisam mudar em nossas vidas, mas o essencial deve permanecer, de acordo com os princípios estabelecidos pela palavra de Deus. Mudamos os passos, mas mantemos o rumo.
O inconstante é um viajante sem direção. O negligente e o conformado ficam parados no meio do caminho certo.
Pedimos ao Senhor que nos oriente e ajude em nossa caminhada, de modo que não a transformemos em estacionamento. Que a nossa viagem não acabe numa estação qualquer no meio da estrada. Prossigamos para o alvo. Não podemos parar de crescer, enquanto não alcançarmos a perfeita varonilidade, conforme a estatura de Cristo.
"Para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro; antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo" (Ef.4.14-15)
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Anísio Renato de Andrade
Bacharel em Teologia

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O relacionamento dos pais cristãos com os Filhos

I - Filhos São Bênçãos de Deus

Um dos melhores presentes de Deus para as os pais são os filhos. Há grande alegria nos filhos. O propósito de Deus é que os filhos sejam fontes de bênçãos. Herança do Senhor são os filhos, fruto do ventre o seu galardão (
Sl. 127:3).

É responsabilidade dos pais ensinar e educar seus filhos no caminho do Senhor. Um relacionamento sadio entre pais e filhos é indispensável para o progresso espiritual destes.

1- Os filhos são a alegria enviada por Deus.

O nascimento de um filho trás alegria aos pais. O Senhor faz que até "a mulher estéril seja alegre mãe de filhos" - (
Sl 113:9).

2 - Os Filhos são abençoados

Deus deu-nos os filhos como bênçãos. Nunca os pais devem encarar os filhos como um empecilho, escória ou coisa semelhante. Eles são a herança do Senhor (
Sl 127.3).

Tenho visto pais crentes tratarem seus filhos como verdadeiros tropeços em suas vidas. Culpam os filhos por tudo de errado que acontece. Os filhos por sua vez se sentem um lixo, e aí começa a tragédia familiar.

No Salmo
128: 3b os filhos aparecem com a seguinte comparação:
* São comparados a PLANTAS DE OLIVEIRAS:

a) dão fruto: Ver
Gl 5:22-23;
b) dão azeite (unção do Espírito Santo);
c) dão sombra (amparo, abrigo contra o desconforto);

As plantas precisam ser regadas, cuidadas: amor, cuidado, afeto, tempo, diálogo.

II - Ensinando a Criança no Caminho - Pv 22:6

O conselho do sábio Salomão é: "Instrui o menino [no caminho] em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele." Um grande erro de alguns pais hoje é querer ensinar o caminho do céu para seus filhos. A Bíblia não manda ensinar "o caminho", mas ensinar "no caminho". Parece não ter diferença, mas é muito distinto. Pode se ensinar o caminho sem se estar nele. Aí a criança vai observar o exemplo dos pais. Não adianta ensinar o caminho do céu, do temor do Senhor, da obediência a Palavra, se não andamos nesse caminho.

Ensinar "no caminho" é:

1) Andar junto com os filhos
A maneira mais eficaz de ensinar nossos filhos a andar no caminho santo é andar juntamente com eles. À medida que ensinamos vamos aprendendo também. Assim eles se sentirão motivados a caminhar tendo a companhia dos pais.

2) Dar bom exemplo aos filhos
Não cabe dúvida de que o testemunho fala mais alto do que qualquer ação. Se quisermos ver nossos filhos como bons servos de Deus, teremos que ser bons servos de Deus primeiro. Eles nos observarão e seguirão nosso exemplo. Aqui vale o exemplo de Jesus; tudo o que ele ensinou aos discípulos, Ele fazia antes.

3) O culto doméstico

No culto doméstico a criança aprende que não é só na igreja que somos crentes. Quando o dia começa com uma reunião familiar para se ler a Bíblia, cantar uns corinhos, orar e meditar na Palavra
de Deus a criança recebe uma motivação maior para refletir em suas ações e compromissos. Assim ela dedicará menos tempo à televisão, ao vídeo game e outras coisas que não edificam e em compensação gastam mais tempo no devocional onde ela aprenderá mais do Senhor e de Sua Palavra.

III- O Amor aos Filhos

O amor, o afeto e a dedicação são traços marcantes que moldam o caráter dos filhos. Os filhos precisam se sentir amados, protegidos e queridos.

1) Demonstração de amor em público

Vejo muitos pais, principalmente na igreja, abraçar, beijar elogiar as crianças dos outros. Mas nunca fazem isso com seus próprios filhos. Sempre são ríspidos com os filhos, chamam-lhes a atenção em público e alguns até surram seus filhos na presença de outras pessoas. Isso deixa os filhos revoltados e eles imaginam que são piores que todas as crianças. Que não merecem carinho e amor.

2) Sendo amigo dos filhos

Não obstante sermos pais precisamos ser amigos de nossos filhos. Quando o filho não vê em seu pai ou mãe um amigo, ele vai procurar em outra pessoa aquilo que não encontra em nós. Aí entram em cena os homossexuais, viciados em drogas, marginais, etc.

Conheço uma irmã, mãe de uma adolescente, que sempre foi dura com sua filha, humilhava-a na presença das pessoas e não a deixava em paz nem mesmo na igreja. Essa mocinha acabou se desviando da igreja, logo começou um namoradinho mundano e engravidou-se. Hoje sua mãe chora e sempre pede oração á igreja para que sua filha volte para o Senhor. É lamentável, mas sua própria mãe a lançou no mundo.

Os filhos são herança, bênção e alegria, mas também eles são uma responsabilidade para os pais. Temos o dever de instruí-los no caminho certo para que ao crescerem não desviem jamais. Que Deus dê graça e sabedoria a todos os pais e mães para saberem criar seus filhos como verdadeiros servos de Deus!


Por Pr. Valtair freitas

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Lição 06/ DAVI UNIFICA O REINO DE ISRAEL/Subisídios


DAVI UNIFICA O REINO DE ISRAEL
Texto Áureo: II Sm. 3.9,10 - Leitura Bíblica em Classe: I Sm. 16.1,12,13; II Sm. 5.2


Objetivo: Destacar que a coroação de Davi sobre Israel, além de cumprir as profecias que vaticinam esse episódio, revelam o propósito e a execução dos planos de Deus.

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje atentaremos para a atuação divina na unificação do reino de Israel. Inicialmente, refletiremos a respeito da trágica morte de Saul e suas conseqüência para o reino. Em seguida, destacaremos o papel de Davi na concretização dos planos de Deus. Ao final, veremos que os planos de Deus se cumprem de acordo com os propósitos que Ele mesmo estabeleceu, apesar das falhas e limitações humanas.

1. A TRÁGICA MORTE DE SAUL
O capítulo 31 do I livro de Samuel registra a trágica morte de Saul. Os filhos do rei são os primeiros a morrerem na batalha. Ao perceber a morte iminente, Saul deseja que seu escudeiro ponha fim à sua vida. Como esse se nega a fazê-lo, Saul, num ato de total desespero e para não ser humilhado pelos filisteus, lança-se sobre sua espada. Para o rei, seria preferível morrer a ser capturado pelos inimigos. Em decorrência da morte de Saul, houve uma dispersão do povo israelita, tornado mais fácil a ocupação das terras pelo exército filisteu. Esses festejaram a vitória sobre o rei de Israel adorando seus deuses e dedicando as armas de Saul no templo de Astarote. Esse deus, na concepção daquele povo, havia triunfado sobre o Deus de Israel. Na celebração, o corpo decapitado de Saul fora dependurado e exposto no muro da cidade de Bete-Seã. Em lealdade a Saul, e mesmo correndo riscos, os habitantes de Jabes-Gileade retiraram o corpo de Saul e de seus filhos da condição na qual se encontravam e levaram para Jabes-Gileade e os queimaram naquele local. Posteriormente os restos mortais de Saul e seus filhos foram levados para o túmulo da família (II Sm. 21.12-14). A vida de Saul, conforme lemos nessa passagem da Bíblia, tem um final trágico. Na verdade, esse rei tornou-se um exemplo de fracasso, um modelo a ser evitado. Saul contribuiu muito para sua ruína, pois se negou peremptoriamente a reconhecer que não mais era o escolhido de Deus. A obstinação o conduziu a todas as manobras possíveis a fim de permanecer no comando, ainda que essa não fosse à vontade do Senhor.

2. DAVI ASSUME O TRONO DE ISRAEL
Em II Samuel 2, lemos a respeito da ascensão de Davi ao trono. A situação geral de Israel era de fragmentação, pois faltava ao povo uma liderança que fosse capaz de unir o país. Então Davi consultou ao Senhor, demonstrando, assim, que, diferentemente de Saul, não confiava em seus próprios pensamentos. O Senhor orientou Davi para que seguisse rumo a Judá. No capítulo 5, Davi faz uma aliança com Israel e unifica o reino. Esse acordo fora feito no modelo de pastorado, considerando que a função primordial do rei deveria ser apascentar o povo de Deus. Tal atitude evitaria que o reinado fosse conduzido por meio da opressão, comum na monarquia (I Sm. 8.10-18). Por essa época Davi tinha 30 anos de idade, momento ideal para assumir essa responsabilidade (Nm. 4.3; Lc. 3.23). Antes disso, Davi precisou passar por algumas situações sombrias, dentre elas destacamos: 1) desenvolveu uma falsa segurança, já que Saul havia desistido de persegui-lo (I Sm. 27.4), e, justamente em conseqüência disso; 2) passou a viver entre os adversários de Israel, justamente em Gate, terra de Golias, submetendo-se a Aquis, sendo chamado de seu servo (I Sm. 27.6-7); e para conviver bem entre eles, 3) adotou uma atitude de tolerância, assumindo todas as práticas com naturalidade (I Sm. 29.1). Para tanto, vivia em duplicidade, isto é, de forma ambígua, e, se fosse o caso, mentia a fim de proteger preservar sua vida (I Sm. 27.11,12), perdeu sua identidade, não mais tinha relação com seu povo e sua pátria, não mais sabia a quem deveria satisfazer (I Sm. 29.8), por esse motivo, perdeu também a satisfação própria e caiu em angústia e depressão (I Sm. 30.1-4).

3. OS PLANOS DE DEUS SE CUMPREM
Apesar de suas falhas, os planos de Deus se cumpriram na vida de Davi. Após os anos difíceis no exílio, resultante também da morte de Saul, Davi se instalou em Hebrom (I Cr. 11.1-4). Naquele local ele consultou ao Senhor (II Sm. 2.1) ainda que antes disso, ainda no exílio, Davi, depois de ter passado por momentos de fraquezas, voltou-se para Deus, abrindo mão da segurança e satisfação própria (I Sm. 30.6). Em Hebrom Davi fora aclamado rei de Judá (II Sm. 2.4). Mas não sem oposição, pois Abner havia posto Isbolsete como rei sobre boa parte do território israelita. Mas o Senhor já havia planejado que Davi seria o rei de Israel (I Sm. 16.1). Nesse momento, testemunhamos o confronto entre a autoridade humana e a divina, pois o povo desejava que Isbosete e não Davi fosse o rei de Judá. Somente depois de sete anos Davi conseguiu unificar o reino de Israel, sendo, então, aclamado rei a fim de apascentar as ovelhas da casa de Israel (II Sm. 5.1,2). O rei Davi, em conformidade com o designo divino, deveria cuidar do povo, não explorá-lo. Essa é uma lição apropriada para alguns governantes que adentram à vida pública não com ideais de servir a Deus e ao povo, antes buscam enriquecimento ilícito e barganham com vistas aos interesses próprios. Alguns deles, infelizmente, ainda se dizem crentes e dão graças a Deus pelas “bênçãos materiais” que o Senhor os “concedeu”. Seguindo o modelo de Davi, aqueles que são chamados para as funções públicas, precisam primar pela obediência, pois essa é a vontade do Senhor (I Sm. 15.22).

CONCLUSÃO
A unificação do reino de Israel, realizada por Deus, através de Davi, possibilitou o desenvolvimento da nação. Isso se tornou possível porque Davi, apesar de suas falhas e limitações, confiou no Senhor e assumiu a posição para a qual fora chamado em obediência. O Salmo 78, nos versículos 70 a 72, resume a postura desse homem diante dessa responsabilidade: “Também elegeu a Davi seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas; E o tirou do cuidado das que se acharam prenhes; para apascentar a Jacó, seu povo, e a Israel, sua herança. Assim os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou pela perícia de suas mãos”.


BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. I e II Samuel: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.
SWINDOLL, C. R. Davi. São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

Fonte:Subsídio EBD

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Louvor e Vida

Os evangelhos nos falam sobre o momento quando alguns romanos, reunidos em um palácio, na presença de pessoas ilustres, ajoelharam-se diante de Jesus e o adoraram dizendo: "Salve, Rei dos Judeus". Narrando assim, de forma resumida, porém fiel ao conteúdo bíblico, a cena pode passar a idéia de um culto. Até mesmo alguém que entrasse naquele recinto poderia pensar dessa forma (Mt.27.27-31; Mc.15.16-20; Jo.19.1-5). Entretanto, aqueles "adoradores" eram soldados que prendiam o Senhor. Faziam aquilo como forma de escárnio. Foram os mesmos que colocaram uma coroa de espinhos em sua cabeça, cuspiram-lhe na face, deram-lhe bofetadas e bateram-lhe com uma cana, fazendo com que os espinhos se encravassem em sua fronte. Saindo dali, o levaram para ser crucificado. Perfuraram suas mãos, seus pés, e, mais tarde, traspassaram seu corpo com uma espada. Só não lhe quebraram as pernas porque, àquela altura, ele já estava morto.

Esse episódio nos leva a refletir sobre a religiosidade, o louvor e a adoração, em contraste com o nosso modo de vida. O que fazemos nos cultos reflete fielmente o que somos, ou é apenas uma cena momentânea? Aqueles homens não eram servos de Deus, embora sua boca confessasse que Jesus é o Rei. Louvamos e adoramos ao Senhor, de fato, ou estamos escarnecendo de sua majestade? Estar ajoelhado fisicamente não é tudo. Precisamos assumir uma vida de submissão ao Senhor. Dizer as palavras corretas não preenche o vazio de uma vida errada.

Em um momento estavam ajoelhados diante de Jesus. Em outro, estavam agredindo o Senhor. Saindo dali, o levaram para ser crucificado. O que fazemos depois que saímos do local de culto? Estaremos levando o Senhor para ser novamente crucificado? (Heb.6.6). Como é a nossa vida fora do templo?

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai..." (Mt.7.21). O culto ao Senhor só é verdadeiro e satisfatório se for um modo de vida. Se nos dirigimos a ele como Rei, precisamos estar dispostos a obedecê-lo. Aqueles soldados o chamavam de "Rei", mas, na realidade, o rei deles era César. Quantos proclamam que Jesus é o seu Senhor, mas vivem servindo ao Diabo! Suas palavras são maravilhosas, mas suas vidas são motivo de sofrimento para o Senhor e vergonha para o evangelho.

Aquele episódio no Pretório de Pilatos nos leva a uma reflexão muito profunda quando o analisamos sob o enfoque da oportunidade perdida. Jesus estava entre aqueles homens. Eles o conheceram pessoalmente. Estiveram no cenário do maior ato divino em favor da humanidade. No entanto, perderam aquela oportunidade de se tornarem cristãos e filhos de Deus. Quantos desejam ver Jesus, mas não podem! Aqueles soldados tiveram uma chance extraordinária e perderam-na de modo absurdo.

Agora, cabe a nós a análise da oportunidade que o Senhor nos dá hoje. Conhecemos a sua palavra, o seu amor e a sua bondade para conosco. Ele está entre nós, na pessoa do seu Espírito Santo. Não podemos perder a chance de sermos cristãos autênticos.

Depois que Jesus expirou, "o centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era filho de Deus". (Mt.27.54). Não podemos avaliar a amargura que dominou o coração e a alma daqueles soldados, quando constataram o grande mal que haviam feito.

Após a ressurreição dos mortos, aqueles mesmos homens verão o Senhor novamente. "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele..." (Ap.1.7). Naquele momento, será tarde demais para o arrependimento e a conversão, mas hoje ainda existe oportunidade para nós.

O Senhor deseja que todos se salvem. Ele quer que reconheçamos os nossos pecados e nossa vida errada diante da sua presença. Ainda há tempo. Jesus continua sendo Rei e espera que todos os homens se submetam espontaneamente ao seu domínio, antes que ele venha como juiz e se assente no grande trono para o julgamento final.


Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O pecado da idolatria



Idolatria é trocar Deus por outra coisa ou pessoa, é adorar a um falso deus.

Todas as pessoas de todas as religiões devem ser respeitadas, amadas e devem ter o direito de expressar suas crenças e opiniões. No entanto, não é em nome do amor que vamos deixar de dizer a verdade. Isto seria uma contradição. A Bíblia fala do amor de Deus a toda a humanidade, independente de suas religiões (João 3.16). Contudo, ela fala também contra o pecado e contra as doutrinas erradas, mostrando que o caminho do erro leva ao inferno (Gálatas 5.19-21 e Apocalipse 22.15). Logo, devemos amar e também mostrar o erro. Devemos mostrá-lo polidamente, como é próprio do amor. No Velho Testamento, por exemplo, Deus fala contra aqueles que adoravam imagens de escultura e proibiu o seu próprio povo de fazê-las com o objetivo de se prostrarem diante delas (Êxodo 20:1-5; Isaías 40.18-20; Isaías 44.9-20; Isaías 45.20). Deus condenou também a invocação aos mortos
(Deuteronômio 18.9-14). O pecado da idolatria é um dos mais combatidos pelos profetas da Velha Aliança. Enquanto que os outros pecados, em geral, são ofensas contra Deus, a idolatria configura-se como abandono ao verdadeiro Deus. Pensemos, por exemplo, em uma vida conjugal. Marido e mulher podem, eventualmente, se ofenderem e se magoarem e tudo pode ser resolvido na maioria das vezes. O adultério, porém, é uma ofensa totalmente distinta das outras, porque vai contra o vínculo matrimonial e afronta seus compromissos basilares. Logo, na vida conjugal, o adultério é o mais grave pecado. A Bíblia compara a idolatria com o adultério. O povo de Deus é muitas vezes mencionado como "esposa" do Senhor. Essa expressão foi usada no Velho Testamento em relação à nação de Israel, e, no Novo Testamento, referindo-se à igreja. Quando o povo de Deus vai atrás de outros deuses, isto é considerado uma traição, ou um tipo de adultério espiritual. (Ezequiel 16; Ezequiel 23; Oséias 1.2; Oséias 3.1; Jeremias 3; Tiago 4.4-5).

Essas praticas são alguns dos grandes erros doutrinários de vários segmentos religiosos. Sabemos que muitos dos santos adorados hoje foram, de fato, pessoas santas, servos de Deus, dignos de serem imitados. Porém, morreram, e não ressuscitaram. Quando alguém lhes dirige uma oração, está fazendo uma invocação aos mortos, o que Deus proibiu e condenou. Tais fiéis, pessoas sinceras e bem intencionadas, deveriam estar fazendo seus pedidos a Deus (Pai, Filho e Espírito Santo). Jesus mesmo nos ensinou a orar direto ao "Pai nosso". Dizem que os santos intercedem pelos vivos. Mas, o que diz a Bíblia? Jesus é o único mediador entre Deus e os homens, conforme está escrito na primeira epístola de Paulo a Timóteo (2.5). Isto, porque Jesus foi o único que morreu na cruz para nos salvar do inferno, tomando sobre si o castigo pelos nossos pecados. Jesus e o Espírito Santo são os únicos que intercedem por nós diretamente diante do Pai (Isaías 53.12 e Romanos 8.26). É verdade que as pessoas vivas intercedem umas pelas outras, mas os mortos não intercedem por ninguém. Está escrito que os mortos não tem parte alguma no que sucede debaixo do sol (Eclesiastes 9.5-6). Eles não participam, não vêem, não ouvem orações, não intercedem, nem interferem.

Logo, vemos a invocação aos santos como idolatria e politeísmo. O apóstolo Paulo, quando estava vivo, não admitiu que ninguém o adorasse nem se prostrasse diante dele (Atos 14.11-15). Se hoje ele pudesse falar a todos quantos o invocam e veneram como santo, talvez ele repetisse suas palavras do texto de Atos: "Por quê fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós!"

Quando o apóstolo João, inadvertidamente, se prostrou diante de um anjo, este o repreendeu dizendo : "Não faças tal coisa. Sou teu conservo .... Adora a Deus!" Só diante de Deus devemos nos prostrar. Somente a ele devemos dirigir nossas orações. "Ao Senhor teu Deus adorarás e somente a ele darás culto." (Mateus 4.10). Devemos adorar ao Criador e não à criatura. (Romanos 1.21-25).

(Outras referências bíblicas sobre o tema : Jeremias 10.1-16 Ezequiel 22.3-4 Salmo 115.1-8).

Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.

 
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