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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Lição 01/ A DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO/ Subsídios


UM FELIZ E ABENÇOADO 2010 A TODOS VOCES !



A DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO

Texto Áureo: II Co. 1.5 - Leitura Bíblica em Classe: II Co. 1.12-14; 10.4,5



Objetivo: Mostrar que apesar dos dissabores e angústias da jornada cristã, jamais faltará a consoladora presença do Espírito Santo.


INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos a II Epístola de Paulo aos crentes de Corinto. Na primeira aula trataremos a respeito dos aspectos gerais dessa Carta. Em especial, contextualizaremos a cidade nos tempos do Apóstolo, a autoria, os objetivos, a data e a estrutura da Epístola, e ao final, apontaremos algumas lições que essa epístola nos trarão nas aulas seguintes.


1. A CIDADE DE CORINTO NOS TEMPOS DE PAULO
A cidade de Corinto nos tempos de Paulo situava-se no estreito istmo que ligava o Peloponeso ao território continental da antiga Grécia. Essa cidade foi construída sobre uma plataforma trapezoidal, com cerca de cinco quilômetros e meio a sudoeste da Corinto atual, ao pé de uma colina rochosa conhecida como Acrocorinto. Tal colina se levanta à altura de quase mil metros acima do nível do mar e abrange toda a paisagem ao redor. Essa cidade ficava no cruzamento de duas importantes rotas comerciais. A primeira era a que dava a volta pelo istmo, entre a Ática e o Peloponeso; a segunda, cortava o istmo, indo de Lecaion até Cencréia. A posição geográfica privilegiada de Corinto favoreceu o enriquecimento à custa dos impostos cobrados pela movimentação de mercadorias. Além da importância comercial, Corinto era reconhecida também pelos jogos realizados a cada dois anos e que atraiam muitas pessoas. No local havia um templo construído para a adoração a Afrodite no qual os transeuntes gastavam seu dinheiro com as prostitutas cultuais. Nos tempos do Apóstolo essa cidade estava debaixo do controle romano, ainda que tivesse características cosmopolitas em virtude da presença de pessoas dos diversos lugares que para lá se dirigiam em busca de enriquecimento. Paulo ministrou naquela cidade no período em que Cláudio era o imperador e permeneceu no local pelo período de dezoito meses, por ocasião da sua segunda viagem missionária (At. 18).


2. A II EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS: AUTORIA, DATA, OBJETIVO E ORGANIZAÇÃO
A autoria dessa Epístola aos Coríntios está explicitada em sua abertura: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo” (II Co. 1.1), além dos testemunhos históricos de Irineu, Atenágoras, Clemente de Alexandria e Tertuliano, todos do Século II. Essa é a carta mais autobiográfica do Apóstolo dos Gentios. Paulo enviara Timoteo a Corinto para levar a primeira Carta e regularizar as situações adversas na igreja daquela cidade (I Co. 4.17). Como a viagem de Timóteo não surtiu o efeito desejado, o próprio Apóstolo se encarrega de fazer uma viagem para Corinto (II Co. 12.14; 13.1). Mesmo assim, o resultado da viagem não foi satisfatório (II Co. 2.5; 7.12). Ao invés de chegar a um consenso em relação aos problemas da igreja, Paulo é rejeitado por alguns crentes de Corinto. Tais pessoas acusam-no de leviandade (II Co. 1.15), de não ter carta de recomendação (II Co. 3.1), de dar motivo de escândalo (II Co. 5.11; 6.3-4); de se beneficiar pessoalmente das ofertas (II Co. 7.2; 12.16), de usar sua oratória em benefício pessoal (II Co. 10.10; 11.6), questionam especificamente o apostolado de Paulo. Esse é justamente o objetivo de Paulo nessa Epístola: a defesa do seu apostolado. O versículo-chave que expressa esse intento se encontra em II Co. 4.7: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus Cristo”. Essa Carta provavelmente foi levada por Tito (II Co. 8.16), o qual deveria também ajudar a igreja a coletar uma oferta para os irmãos necessitados de Jerusalém. Essa Epístola, escrita provavelmente no ano 56 d. C., da Macedônia, está assim dividida: 1) Saudação e ação de graça (1.1-11); 2) A defesa de Paulo em sua relação com o evangelho (1.12-7.16); 3) A contribuição para os crentes necessitados de Jerusalém (8,9); e 4) Os detratores de Paulo na igreja de Corinto (10.1-13.10). A palavra-chave da Epístola é “consolo”, pois começa (II Co. 1.3) e com ela (II Co. 13.11). O verbo “consolar” – parakaleo - em grego, aparece dezoito vezes e o substantivo – paraklesis - “consolação”, onze vezes.


3. LIÇÕES A PARTIR DA II EPÍSTOLA AOS CORINTIOS
Ao longo do trimestre estudaremos a respeito de vários assuntos que tratarão a respeito dos seguintes aspectos da II Epístola de Paulo aos Coríntios: - o consolo de Deus em meio à aflição: as aflições nos ensinam a lidar com as circunstâncias e a depender de Deus; - a glória do ministério de Cristo: a glória do ministério cristão está na simplicidade e sinceridade com que se prega o evangelho e na salvação dos fiéis; - a glória das duas alianças: a glória da antiga aliança desvaneceu ante a glória superior da Aliança revelada em Cristo Jesus; - tesouro em vaso de barro: embora sejamos frágeis, Deus nos usa para proclamar as boas novas e dá-nos poder para realizarmos sua obra; - o ministério da reconciliação: consiste na proclamação da obra expiatória do Senhor Jesus Cristo; - Paulo, um modelo de líder-servo: não age egoisticamente, antes serve ao povo de Deus com o espírito voluntário e solícito; - Exortação à santificação: através de uma vida santificada e pura o crente dedica-se ao serviço de Cristo; - o princípio bíblico da generosidade: esse princípio deva fazer parte da atitude do crente que deverá faze-lo com alegria, pela graça de Deus; - A defesa da autoridade apostólica de Paulo: sem a autoridade espiritual recebida por Deus, o obreiro não pode desempenhar o ministério de Cristo com eficácia; - Características de um autêntico líder: a liderança cristã autêntica tem por objetivo maior servir a Deus e à igreja do Senhor; - Visões e revelações do Senhor: as experiências espirituais são importantes, mas não devem ser o requisito primário para o ministério cristão; - solenes advertências pastorais: uma das responsabilidades do pastor é a disciplina da igreja, mas essa deva ser feita com amor, a fim de que os membros do corpo se desenvolvam com saúde espiritual.


CONCLUSÃO
Nesta primeira aula destacamos alguns aspectos gerais da II Epístola de Paulo aos Coríntios, bem como os tópicos que serão estudados ao longo do trimestre. Esse estudo nos chega em momento propício, haja vista os equívocos atuais no ministério cristão, dentre eles destacamos: a profissionalização do pastorado, apostolado e bispado; o espírito torpe da ganância pelo dinheiro travestido de benção de prosperidade; e expansão do triunfalismo que se sobrepuja à cruz de Cristo. Oremos para que essas lições, tal como a bússula que norteia o navegador, conduzam os obreiros de Deus, especialmente os mais jovens, a fim de atentaram para o sentido real do ministério cristão.

Fonte:subsídios EBD
Pb. José Roberto A. Barbosa

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ano novo - Vida nova


Nos dias que antecedem a passagem de ano, muitos trocam votos
de "feliz ano novo". Isso é agradável e expressa nosso desejo de
felicidades para os nossos amigos e parentes. Contudo, o novo ano não
será muito diferente se as pessoas não mudarem.

O que é bom deve ser mantido. Os votos e as promessas não podem ser
esquecidos. Mas os maus hábitos precisam ser eliminados. Se queremos
um ano bom, precisamos ser melhores do que fomos até agora. O que já
fazemos bem precisamos fazer melhor. Cada um deve analisar sua
própria vida para ver o que deve ser mudado. Entretanto, Cristo
oferece a todos uma vida nova através de um renascimento espiritual.
Aqueles que aceitam a Cristo como Salvador e fazem um compromisso de
servi-lo passam a viver em "novidade de vida" (Rm.6.4). "Se alguém
está em Cristo, nova criatura é. As coisas velhas já passaram e eis
que tudo se fez novo." (II Cor.5.17). Logo, a melhor maneira de se
renovar a vida é se entregar a Cristo. Só ele pode libertar o ser
humano de todos os poderes espirituais do mal. Muitas pessoas estão
por aí desorientadas, com doenças consideradas incuráveis, com seus
lares desmoronando, com angústias crônicas na alma. Talvez já tenham
procurado a solução em vários lugares, mas não encontraram. Estão
procurando água no meio do deserto. Jesus disse: "Se alguém tem sede
venha a mim e beba." (João 7.37).

Outros aceitaram a Cristo, mas depois abandonaram o caminho. A esses
o Senhor chama para uma nova aliança. Deus tinha feito uma aliança
com os israelitas no Velho Testamento, mas eles foram infiéis ao
Senhor, desviaram-se devido aos atrativos do pecado. No Novo
Testamento estão as palavras de Cristo dizendo: "Este cálice é a nova
aliança do meu sangue." (Lucas 22.20). Era uma nova oportunidade que
estava sendo dada para o povo de Deus, uma nova chance de um novo
compromisso com o Criador.

Deus nos oferece oportunidade para recomeçar. Foi assim após o pecado
de Adão. Foi assim após o Dilúvio.
Podemos ver também, em cada novo ano uma nova porta que se abre
diante de nós.

Deus não desistiu de você. Não desista da vida. Se você caiu, levante-
se. Se você pecou, peça o perdão divino. Deus está aguardando a volta
dos filhos pródigos.

Ao fazer seus planos para o ano novo, não deixe Deus de fora. Se você
ainda não aceitou a Cristo como seu Senhor e Salvador, aceite-o. Seja
mais freqüente aos cultos da igreja. Ore mais e leia mais a Bíblia.
Promova mais ações para ajudar o seu próximo e Deus o ajudará.
Reparta um pouco de felicidade onde você estiver e ela voltará
multiplicada. Assim, você certamente terá um Feliz Ano Novo.



Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.

sábado, 26 de dezembro de 2009

LIÇÃO 13/ DAVI – UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS/ SUBSÍDIOS


DAVI – UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS
Texto Áureo: At. 13.22 - Leitura Bíblica em Classe: At. 13.22





Objetivo: Refletir a respeito da importância da vontade de Deus na vida do crente a fim de que esse seja bem sucedido.

INTRODUÇÃO

As lições deste trimestre privilegiaram a vida de uma das figuras exponenciais da história de Israel. Davi, o homem segundo o coração de Deus, não pode passar despercebido. Aprendemos muito com suas experiências, tanto com suas vitórias quanto suas derrotas. Nesta última aula trataremos a respeito de Davi e o cumprimento da vontade de Deus em sua geração. Veremos também que nós, na geração atual, precisamos aprender a estar no centro da vontade de Deus


1. DAVI EM SUA GERAÇÃO

Em At. 13.36 está escrito que Davi serviu à sua geração. O verbo “servir” merece destaque nessa passagem. Jesus também veio para servir, essa foi sua missão (Mt. 20.28). A missão de todo homem é viver não para si próprio, mas para Deus. Justamente por essa razão Davi é considerado um homem segundo o coração de Deus (At. 13.22). A expressão “segundo o coração de Deus” pode ser traduzida como “segundo a vontade de Deus”. Isso quer dizer que Davi era um homem que se conformava em fazer a vontade do Senhor. Isso não quer dizer que ele fosse perfeito, na verdade, o relato bíblico nos revela que Davi estava longe da perfeição. Mas ele era um homem sincero, que sabia o intento da sua vida, estava centrado no plano que Deus havia estabelecido para ele. De modo que mesmo nas fraquezas reconheceu seus pecados e se voltou para o Senhor, sabendo que não existe lugar melhor para estar do que no centro da vontade do Soberano. Essa consciência de Davi é um exemplo para os líderes cristãos. Devemos estar cientes dos planos que Deus estabeleceu para a vida de cada de um nós. Se não atentarmos para tal, corremos o risco de fazer as nossas próprias vontades, e, o que não é improvável, a vontade dos outros. Fazer a vontade de Deus deva ser a meta de todo cristão. Mesmo que uma determinada atribuição seja considera menos significativa, ou não dê muita visibilidade, valerá a pena se esse for o lugar para o qual Deus planejou.

2. A VONTADE DE DEUS NA VIDA DE DAVI

A vontade de Deus na vida de Davi se deu antes mesmo que ele nascesse. Em um dos salmos ele cantou a confiança de que Deus o havia formado no ventre da sua mãe (Sl. 22.9,10). Essa certeza de propósito apazigua o sentimento inócuo da sociedade moderna de que não passamos de mais um na multidão. A concretização da vontade de Deus na vida de Davi foi confirmada por ocasião da sua separação para reinar em Israel (I Sm. 16.11; 17.14,28). A convicção de tal chamado divino fez com que Davi vivesse sua vida pautada na fé. Mesmo diante das situações gigantescas ele aprendeu a confiar no Senhor (I Sm. 17.48). Quando Davi procedeu pecaminosamente perante o Senhor ele soube prostrar-se e voltar-se para Deus, tanto no caso de Bate-Seba (II Sm. 11,12), quando na execução do censo (I Cr. 21.7,17). O cristão não vive para pecar, mas não está isento do pecado (I Jo. 1.7-9). O que diferencia um homem (ou mulher) de Deus é que esse(a) quando peca não trata o pecado com conivência. Antes se entristece, buscar ao Senhor em arrependimento, e se volta a vontade de Deus (II Co. 7.10). O cristão quando peca sabe que aquele não é o seu lugar, a insatisfação e a culpa atuam de modo a apontar que existe um caminho melhor a ser seguido (I Jo. 3.6; 5.18). Como Davi, não devemos conviver com o pecado, antes buscar a reconciliação, primeiramente com Deus, e, se for o caso, com aqueles a quem ofendemos, afinal, esse é um princípio cristão, ensinado por Jesus aos seus discípulos (Mt. 5.23,24)

3. O CRISTÃO E A VONTADE DE DEUS

Como regra geral, a vontade de Deus é a mesma para cada pessoa na terra: ser conforme a imagem de seu filho, o Senhor Jesus Cristo. Existem alguns textos bíblicos que revelam os princípios da vontade de Deus para o cristão: 1) Rm. 8:28-29 – devemos nos assemelhar à imagem de Jesus Cristo; 2) Jo. 17:20-23 – Ele quer que vivamos em unidade, a fim de que o mundo possa identificá-lo em nós; 3) Ef. 4:13-15 – precisamos crescer no conhecimento de Jesus Cristo, de forma que não sejamos enganados por doutrinas enganosas da parte de homens fraudulentos. Especificamente, fazer a vontade de Deus deva ser o propósito de todo cristão que ama a Deus (Rm. 12.1,2). Os dias são maus, e diante dessa realidade, somos chamados pelo Senhor para entender a perfeita e agradável vontade de Deus (Ef. 5.17). Mas não apenas compreender a Sua vontade é suficiente, faz-se necessário cumpri-la (Sl. 143.30). Paulo dá instruções claras aos cristãos tessalonicesses a fim de que esses busquem a santidade, haja vista ser essa a vontade de Deus, principalmente no que tange à sexualidade (I Ts. 4.3,4). O apóstolo dos gentios também ensina que ao fazer a vontade de Deus o cristão está agrandando ao Seu senhor (Cl. 1.9,10). O intento de fazer começa pela oração, já que o próprio Jesus ensinou a pedir que a vontade de Deus seja feita na terra como é feita no céu (Mt. 6.10; Lc. 11.2; Rm. 15.30-32; Tg. 4.13-15). O cristão que conhece a vontade de Deus através da Palavra pode expressa-la por meio da oração. Essa é uma grande vantagem, pois Deus ouve todo aquele que ora segundo a vontade de Deus (I Jo. 5.14).

CONCLUSÃO

O cristão nunca encontrará a vontade de Deus ou o plano de Deus para sua vida fora da palavra de Deus. A vontade de Deus é alcançada através do processo de renovação da mente: “que sua mente esteja em você, assim como também estava em Cristo Jesus.” (Fp. 2:5). O cristão deve substituir os pensamentos carnais pelos pensamentos de Deus, imergindo-se na Palavra de Deus, conhecendo-O, levando cativo todo pensamento a Cristo. (II Co. 10.5).


Pb. José Roberto A. Barbosa

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A Visita dos Magos





A VISITA DOS MAGOS


"Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei
Herodes, eis que vieram uns magos do oriente a Jerusalém" (Mateus
2.1).


Embora a tradição cristã nos diga que Jesus tenha sido visitado por
três reis magos, a bíblia não diz que eram reis, não nos informa
quantos eram, nem cita seus nomes. Três foram os presentes que
levaram: ouro, incenso e mirra. Talvez por isso se deduza o número de
visitantes, mas não podemos ter certeza.
Voltando ao texto bíblico, verificamos um detalhe interessante. Se
Jesus nasceu em Belém, por quê eles foram a Jerusalém?
Os magos sabiam que o recém-nascido era o rei dos judeus, embora os
próprios israelitas não estivessem conscientes disso. Vieram de longe
para ver Jesus, enquanto muitos moradores locais não se importaram.
Nesse aspecto, Mateus coloca em evidência a receptividade dos gentios
em relação a Cristo, em contraste com a rejeição judaica.
De acordo com os conceitos monárquicos, um príncipe devia nascer no
palácio. Por isso, os magos foram à capital, Jerusalém. Demonstramos
mentalidade semelhante quando valorizamos em excesso o que tem
aparência de grandeza e desprezamos a simplicidade. Deus pode agir em
todos os lugares, mas, especialmente naquela situação, ele estava
atuando em um lugar simples, através de pessoas humildes, desprezadas
e esquecidas pela sociedade. Jesus não nasceu num palácio, mas numa
estrebaria. Não teve berço luxuoso, mas uma singela manjedoura. Não
foi vestido com finas roupas, mas envolvido em panos (Lc.2.12).
Os magos talvez pensassem que o novo governante seria filho de
Herodes e daria continuidade ao governo da época. Não esperavam
nenhuma mudança significativa, pois não estavam plenamente
conscientes a respeito da ênfase espiritual do reino de Deus.
Embora tivessem visto a estrela, deixaram de segui-la em algum
momento, passando a seguir seus próprios caminhos, tomando decisões
por si mesmos. Assim chegaram a Herodes. Quando se deixa a direção
celestial, muitos erros acontecem. Deixando de olhar para cima, somos
guiados por referências terrenas e orientações humanas. Faltou-lhes
também o conhecimento das Escrituras, onde já se encontrava nomeada a
cidade do nascimento do Messias (Mq.5.2). Sendo gentios, era natural
que não tivessem tal informação.
A iniciativa dos magos foi maravilhosa, mas, por causa de seus
conceitos errados, ao buscarem por Jesus, encontraram outra pessoa.
Ao ouvir sobre o nascimento do novo rei, Herodes Magno se conturbou e
toda Jerusalém com ele (Mt.2.3). Não deviam celebrar com grande festa
a chegada do Redentor? Ao contrário, ficaram apreensivos e
consternados. Deus enviou ao mundo o seu filho unigênito para trazer
perdão, libertação e salvação (João 3.16). Contudo, muitos reagem de
forma negativa, pois imaginam que sua vinda possa significar perdas
pessoais. Por quê Herodes ficou perturbado? De onde veio seu temor?
Da história, com inúmeros relatos de governantes assassinados para
que outros assumissem o trono. Por outro lado, Herodes, sendo idumeu
e não judeu, era um rei ilegítimo. Por isso, sentia-se sempre
ameaçado. A ilegitimidade traz medo, insegurança, e a necessidade de
ações bajuladoras ou violentas na tentativa de preservar o poder.
Para evitar a perda do trono, Herodes se antecipou e decidiu matar o
menino-rei, pois não sabia que o seu reino não era deste mundo (João
18.36). Imediatamente, fingiu estar interessado nas profecias
messiânicas e pediu para ser avisado sobre a localização de Cristo
para que pudesse adorá-lo (Mt.2.4-8). O rei se converteu? Tornou-se
um verdadeiro adorador? De modo nenhum. Nota-se, portanto, que a
aparência religiosa muitas vezes é usada para ocultar propósitos
malignos. Hoje, muitos buscam o conhecimento bíblico para que possam
utilizá-lo na exploração do próximo. Outros se envolvem com o louvor
e adoração apenas para conseguirem dinheiro e glória pessoal. Estão
defendendo seu próprio reino. Comércio, política e religião se
misturam e cada um de nós deve avaliar suas reais motivações no
envolvimento com o sagrado.
Como bem observou o escritor Watchman Nee, embora os sacerdotes e
escribas judeus tenham respondido com exatidão sobre a localização do
recém-nascido, nenhum deles tomou a iniciativa de ir até Belém para
vê-lo. Aqueles homens possuíam conhecimento intelectual sobre a
Palavra de Deus, mas falharam gravemente na sua aplicação prática.
Estavam presentes em um dos principais momentos da história, mas
foram negligentes, pois já se sentiam realizados em sua posição
política e religiosa. Precisamos ser cuidadosos para não cometermos
erro semelhante, perdendo as oportunidades que Deus nos dá.
Os magos saíram do palácio de Herodes, olharam para o céu e viram a
estrela que os guiaria. Quantos, em sua busca por Jesus, estão
perdendo tempo com outros "reis", falsas divindades, falsos líderes!
É preciso sair do palácio para ver o céu.
De volta ao rumo certo, chegaram a Belém e encontraram a casa onde
estava o menino-Deus. Ali chegando, eles se prostraram e o adoraram.
É melhor estar numa casa humilde com Jesus do que num palácio sem a
sua presença. A visita dos magos não aconteceu na estrebaria, como se
dá a entender através dos presépios. Eles não cultuaram Maria ou
José, mas apenas a Cristo, como nós também devemos fazer. Depois de
entregarem os presentes, foram embora por outro caminho, orientados
por Deus.
Não tendo recebido a informação desejada, Herodes resolveu realizar
uma chacina, exterminando todos os meninos com até dois anos de idade
(Mt.2.16). Sua ação nos lembra o ato de Faraó na época do nascimento
de Moisés (Êx.1).
O monarca da Judéia agiu com astúcia e crueldade, julgando-se
inteligente e sábio. Entretanto, a decisão de matar os meninos
demonstrou a ignorância e incapacidade do rei, que não conseguiu
encontrar o Messias. Grande foi também a sua arrogância e
prepotência, pois considerou que seria capaz de eliminar o Filho de
Deus. Seu questionamento aos escribas demonstrou que Herodes cria nas
profecias. Contudo, sua fé só serviu para tornar mais grave o seu
pecado. A ordem para que se realizasse tal matança não era algo
difícil para quem mandou matar a própria esposa e os filhos a fim de
manter-se no poder. Até o fim de sua vida, Herodes não mais ouviu
falar de Jesus (Mt.2.20). Deve ter acreditado que conseguira eliminá-
lo. De fato, ele perdeu a maior oportunidade de sua vida. Podia ter
sido salvo, mas não foi. Aqueles que ouvem as boas novas não devem
rejeitá-las, pois não sabem se terão outra chance.
O erro dos magos, indo a Jerusalém, teve conseqüências trágicas.
Inúmeros inocentes morreram, Belém ficou arrasada, enquanto Maria e
José precisaram fazer árdua viagem ao Egito, fugindo com o menino
Jesus. Vemos, nesse episódio, a importância da família,
principalmente dos pais, em seu papel de protetores dos filhos
pequenos diante das ameaças cruéis deste mundo. Maria e José poderiam
orar e ficar quietos em Belém, acreditando que Deus guardaria seu
filho, mas isto seria negligência e omissão. O Senhor os escolheu
para serem responsáveis por Jesus enquanto ele fosse criança.
Portanto, se Deus nos dá uma incumbência, não devemos esperar que ele
resolva tudo sozinho.
Na atualidade, quando o mundo comemora o nascimento de Cristo, muitos
equívocos são cometidos. A ânsia pelo lucro alimenta as tradições e
incentiva fantasias natalinas. Muitas práticas dessa época não têm
respaldo bíblico, mas isso não significa que todas sejam
prejudiciais. Contudo, comete-se grande erro na supervalorização do
que é secundário, esquecendo-se do principal, que é a pessoa de
Jesus. Durante a noite de natal, muitos se embriagam, perdem o auto-
controle, envolvem-se em brigas e acidentes, perdendo suas vidas e
pondo a perder outras tantas. Os inocentes continuam morrendo como
aconteceu em Belém.
Quase todas as pessoas sabem que Deus enviou o Salvador, mas muitas
não o recebem, não o aceitam. Ele é o rei prometido pelas profecias
do Antigo Testamento. Devemos buscar o seu reino, aceitando que seja
feita a sua vontade em nossas vidas. Muitos rejeitam a Cristo porque
não querem abrir mão do governo sobre si mesmos. Entretanto, quando o
aceitamos, nada temos a perder, pois o seu reino coloca ordem em
nossas vidas.
Aqueles que o rejeitam, continuam sob o governo de um outro rei.
Herodes se considerava soberano, mas ele era apenas um fantoche nas
mãos do imperador romano. Assim também, aqueles que não se rendem a
Cristo, encontram-se sob o domínio do império das trevas, ainda que
se julguem senhores de seus próprios destinos.
Entreguemo-nos de coração ao Senhor Jesus, pois ele veio trazer ao
mundo a esperança de uma vida melhor, de uma vida eterna e feliz.
Apesar dos erros cometidos, os magos encontraram o menino e o
adoraram. Adoremos também àquele que veio nos salvar. Prostremo-nos
aos seus pés, pois só ele é digno de toda honra, toda glória e todo
louvor.

Anísio Renato de Andrade

domingo, 20 de dezembro de 2009

Vasos de barro

 



VASOS DE BARRO

Os escritores bíblicos utilizaram muitas figuras para transmitir
ensinamentos espirituais. Utensílios domésticos, como os vasos de
barro, foram citados inúmeras vezes. Objetos assim, presentes em
todas as casas, tornavam-se bons recursos didáticos, facilitando a
compreensão de muitas lições para todos os ouvintes e leitores.

Em muitos textos, o homem é comparado ao vaso, visto que ambos são
feitos do barro (Sal.31.12; Jr.22.28; 51.34). Em outros, a própria
nação de Israel é representada dessa forma (Jr.18.1-6; 19.1,10,11;
Is.30.14. Os.8.8). O oleiro se torna uma figura do próprio Deus.

"Ó Senhor, tu és nosso Pai; nós o barro e tu o nosso oleiro; e todos
nós a obra das tuas mãos". (Is.64.8).

O apóstolo Paulo citou os vasos algumas vezes em suas epístolas. Para
ele, todas as pessoas eram ou poderiam vir a ser vasos bons ou ruins
(Rm.9.21). Afinal, ele mesmo foi nomeado como um "vaso escolhido"
pelo Senhor (At.9.15). Entre suas instruções ao jovem líder Timóteo,
lemos: "De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso
para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para
toda a boa obra." (II Tm.2.21).

Tais recipientes eram imprescindíveis no dia-a-dia, sendo usados para
guardar desde líquidos até pergaminhos. Todas as pessoas precisavam
deles. Da mesma forma, aprendemos que Deus precisa de nós. É
estranho dizer que Deus possa precisar de algo ou de alguém, mas isto
acontece porque ele mesmo decidiu nos usar em sua obra.

Quando Eliseu operou o milagre da multiplicação do azeite da viúva,
ele pediu que se trouxessem muitas vasilhas vazias (IIRs.4). Se
fosse hoje, traríamos muitas panelas de alumínio, ou de ferro, mas,
naquele tempo, eram vasos de barro. O azeite só parou de jorrar
quando os vasos acabaram. Embora Deus pudesse agir de tantas
maneiras, ele decidiu usar os vasos que estivessem disponíveis.
Assim também, ele deseja nos encontrar à sua disposição para que
milagres aconteçam.

O MATERIAL

Nos tempos bíblicos existiam vasos de vários tipos, mas o mais comum
era o de barro. Fazer um vaso de pedra seria muito difícil. Fazer
um vaso de lama, seria impossível. O barro, porém, com sua
consistência e flexibilidade, é o material ideal para o trabalho do
oleiro. Deus deseja trabalhar em nosso caráter. Não podemos ser
duros como a pedra nem instáveis como a lama.
Algumas pessoas são duras, insensíveis, inflexíveis. Não perdoam, não
se arrependem, não choram, não mudam, não aprendem. Costumam
dizer: "Eu sou assim mesmo, e não vou mudar". Outras são inseguras,
volúveis como a lama, que só serve para sujar o lugar onde se
encontra. Não podem ser moldadas nem contidas. Mudam de idéia
rapidamente. Não têm propósito definido. São sempre imprevisíveis e
inconstantes. Com a mesma rapidez com que se convertem, desviam-se.

O barro, entretanto, encontrado no melhor equilíbrio entre suas
porções de terra e água, torna-se matéria prima para que o oleiro
realize sua arte com liberdade e satisfação. Precisamos aceitar o
trabalho de Deus em nós, recebendo de bom grado o que sabemos ser a
sua vontade para as nossas vidas. Não podemos rejeitar o que vem de
Deus. Deixando de lado a murmuração, o questionamento e a rebeldia,
aceitemos o trabalho do oleiro.

A FABRICAÇÃO

"Desce à casa do oleiro e lá te farei ouvir as minhas palavras."
(Jr.18.2).

O barro, que para muitos pode não ter valor, é visto de outra forma
pelo oleiro, que nele consegue vislumbrar o objeto que pode ser
fabricado. Deus vê em nós tudo aquilo que podemos ser, desde que
estejamos em suas mãos. No momento presente, talvez ainda não
tenhamos a forma desejada pelo Senhor, mas, se nos deixarmos moldar,
a obra iniciada será concluída (Fp.1.6).

Assim como Deus tomou o barro e formou o primeiro homem, ele continua
moldando o nosso caráter. O trabalho de suas mãos demonstra dedicação
e carinho para conosco. O barro é amassado de todos os lados,
recebendo a porção de água necessária para que sua flexibilidade seja
mantida. Ele não pode endurecer no meio do processo.

Quantas vezes nos sentimos amassados também? Somos atribulados,
provados, pressionados. Estamos sendo moldados. É um processo de
transformação para que sejamos o que o Senhor planejou para nós,
ainda que não possamos compreender plenamente os seus métodos e
propósitos.

Nesse momento, as escórias são retiradas. Todo corpo estranho que
houver no barro será removido. Assim também, Deus pode retirar de
nós algo que não está lhe agradando. Pode doer. Podemos sentir falta,
mas o resultado será muito melhor.

O oleiro é soberano. Somente a sua vontade e o seu bom gosto são
determinantes sobre a forma que o vaso terá (Jr.18.4). Não podemos
exigir que Deus faça ou deixe de fazer algo.

"Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos
de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes"?
(Is.45.9; Rm.9.20; Is.29.16).

Algumas vezes o vaso se quebra durante a fabricação (Jr.18.4), ou
pode ser que o próprio oleiro o quebre por não estar satisfeito com a
sua forma. Em seguida, os pedaços são juntados e colocados novamente
sobre as rodas. O Senhor não desiste de nós. Se caímos e quebramos,
ele nos dá outra oportunidade. Enquanto estivermos neste mundo,
ainda podemos ser moldados, conquanto que estejamos nas mãos de
Deus. A pessoa que foge rejeita o tratamento. Aqueles que desistem
do evangelho, abandonam a igreja, estão resistindo à ação das mãos de
Deus. Nunca deixam de estar ao seu alcance, mas podem não se tornar
vasos para a honra.

Quando termina a fase de modelagem e o vaso se encontra na forma
desejada pelo oleiro, começa a secagem. O vaso é colocado em algum
lugar onde deverá ficar o tempo necessário. Ele não está sendo
moldado nem utilizado. Parece que foi abandonado e esquecido, mas o
oleiro sempre está atento. Não se preocupe. Pode parecer que tudo
esteja concluído ou até mesmo perdido, mas não está.

Antes de ser utilizado, o vaso ainda precisa passar pelo fogo para
adquirir resistência e impermeabilidade.

"Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos
tentar, como se coisa estranha vos acontecesse" (IPd.4.12).

Quantas vezes desejamos ser usados pelo Senhor! Queremos estar em
constante atividade, mas somos colocados para esperar e passamos por
tribulações inexplicáveis. Tudo faz parte do processo de formação.

Moisés, aos 40 anos, queria libertar o seu povo, mas precisou esperar
outros 40. José foi vocacionado aos 17 anos, mas somente aos 30
começou a cumprir o seu chamado. Davi, ainda jovem, foi ungido rei de
Israel, mas precisou esperar muitos anos para assumir o trono. Entre
a vocação e o cumprimento da missão, existe um processo de
preparação, sem a qual não estaremos aptos para fazermos o que Deus
deseja. Não podemos determinar a duração dessa fase, mas temos
certeza quanto à sua ocorrência.

O barro, que precisa ser maleável para ser moldado, não pode
continuar flexível depois que o vaso fica pronto. Por isso precisa
passar pelo fogo. Quem se converte ao evangelho de Jesus Cristo não
pode mais se converter a outra coisa, outra doutrina ou religião. Se
já conhecemos o Senhor, precisamos ser resistentes a outros apelos ou
às transformações propostas pelo mundo.

A CONDIÇÃO DO VASO

Todo vaso, por melhor que seja, não poderá ser usado se estiver
sujo. Não podemos ser usados pelo Senhor para os melhores propósitos
se estivermos contaminados. Por isso, precisamos viver em
santificação. Se pecarmos, devemos suplicar o perdão, lavando-nos no
precioso sangue de Jesus. O vaso precisa estar limpo, por dentro e
por fora (Is.66.20). A lei de Moisés determinava que os vasos imundos
fossem destruídos (Lv.11.33,35; 15.12). Eram casos extremos de
imundícies bem específicas.
Os vasos da casa de Deus precisam estar purificados, santificados,
idôneos e preparados para toda boa obra (IITm.2.21).

O CONTEÚDO DO VASO.

Encontramos na bíblia muitas referências aos vasos e ao seu conteúdo.
Alguns são mencionados contendo água (Num.19.17), outros com azeite
(ISm.10.1), vinho (Joel 3.13), perfume (Lc.7.37), maná (Ex.16.33),
vinagre (João 19.29), documentos (Jr.32.14) e coisas abomináveis
(Is.65.4).

Qual é o nosso conteúdo? Estamos cheios de quê? Quantas vezes,
alguém se aproxima de nós, talvez atraído por nossas características
exteriores, esperando encontrar água e acha vinagre?

Estamos cheios de pecado? Cheios de amargura, malícia, inveja? Quem
não confessa ou não perdoa, guarda o pecado em seu interior.

Para que sejamos usados pelo Senhor para a sua glória, precisamos
renunciar a todo o mal que porventura estejamos carregando em nossos
corações. Aquele que guarda o rancor deve perdoar. Assim, o vaso se
esvazia do que é ruim e pode ser cheio com o que é bom, de modo que
venha transbordar.

Quando Paulo escreveu a Timóteo sobre a purificação do vaso
(IITm.2.14-26) ele se referia a algumas coisas que precisavam ser
evitadas ou eliminadas: contenda (v.14); falatórios vãos (v.16),
injustiça (v.19), desejos da mocidade (v.22) e questões insanas
(v.23). A lista inclui pecados notórios e alguns itens que parecem
não ser tão prejudiciais, tais como os falatórios vãos. Entretanto,
são práticas que ocupam nosso tempo, ocupam o espaço no vaso que
deveria estar cheio de preciosidades.
Paulo recomendou que Timóteo se enchesse com justiça, fé, amor, paz,
mansidão, paciência e aptidão para ensinar (v.22 e 24).

A UTILIDADE DO VASO

Encontramos tantas referências bíblicas sobre os vasos, em tantas
situações distintas, mas nenhuma delas apresenta o vaso com o
propósito ornamental. Não encontramos vasos com plantas ou flores
para enfeitar algum ambiente. Os vasos existem para o serviço. Eles
precisam conter alguma coisa útil.

O vaso não é apenas receptor, mas recipiente. Ele recebe, guarda,
conserva e entrega no tempo certo. Devemos receber a palavra do
Senhor em nossos corações. Pela ação do Espírito Santo, ela produzirá
poder e unção que fluirá em nossas vidas.

CUIDADOS COM O VASO

Depois de tão difícil processo de formação, o vaso não pode cair. Se
isso acontecer, poderá quebra-se. Ainda que possa ser refeito, muito
tempo será perdido e sua utilidade ficará reduzida. Assim acontece
com aqueles que fracassam na vida cristã, tornando-se motivo de
escândalo.

Quando a bíblia nos compara aos vasos de barro, ela nos exorta à
humildade. O próprio termo "humildade" vem de "humus", palavra
latina que significa "barro". Que cada um de nós veja a si mesmo de
forma simples, sabendo que estamos nas mãos de Deus, dependentes da
sua misericórdia.

Mais importante do que o vaso é o seu conteúdo:

"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência
do poder seja de Deus, e não de nós" (IICo.4.7).

Cristo habita em nós, e isto faz com que tenhamos um grande valor.
Jamais podemos nos esquecer disso. Se fizermos algo de excelente no
reino de Deus, terá sido pelos méritos de Jesus, que operou em nós de
modo maravilhoso.
Coloque-se nas mãos do oleiro. Ele quer transformá-lo e usá-lo.



Anísio Renato de Andrade
Bacharel em teologia. 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lição 12/ DAVI E O SEU SUCESSOR/ Subsídios




DAVI E O SEU SUCESSOR
Texto Áureo: I Cr. 22.9 - Leitura Bíblica em Classe: I Cr. 28.4-8



Objetivo: Mostrar, através do exemplo de Davi, que formar sucessores é, sem dúvida, uma das maiores virtudes dos grandes líderes.


INTRODUÇÃO
Davi está avançado em seus dias de vida e começa a antever a necessidade de um novo rei para Israel. Como rei prudente, segundo o coração de Deus, trata de preparar o povo para a sucessão. Na aula de hoje meditaremos justamente a respeito desse processo a fim de extrair lições sobre a liderança cristã. Estudaremos, a princípio, sobre a transição do reinado. Em seguida, analisaremos a escolha de Salomão para ser o rei de Israel. Ao final, refletiremos sobre a importância da formação de líderes sucessores no ministério cristão.


1. A ESCOLHA DO SUCESSOR DE DAVI
Davi está enfermo, em seus últimos dias de vida. Reconhecendo a realidade circunstancial, o rei se dirige aos líderes do povo. Vale a pena atentar para alguns detalhes do texto bíblico básico desta lição. Davi reconhece que fora escolhido rei em Israel não por méritos pessoais, mas porque o Senhor o escolhera graciosamente (I Sm. 16.10-12), assim como Judá por príncipe (Gn. 49.10). Devi teve muitos filhos (I Cr. 3.1-9), mas Deus optou por Salomão a fim de que esse sucedesse seu pai no trono de Israel, demonstrando que Ele somente conhece a pessoa certa para o lugar adequado no tempo apropriado (v. 4,5 – ver I Cr 17.12; 22.9; II Sm 7.12-14; 12.24,25 I Rs.1.13). É válido ressaltar que essa não é uma escolha para a salvação, mas para a realização do trabalho que Ele mesmo decretou (v. 6). Aqueles que Deus escolham precisam responder ao chamado de Deus, e principalmente, perseverar em cumprir os mandamentos do Senhor (v. 7 – ver I Rs. 3.14; 9.4). A observância aos mandamentos não deveria ser perseguida apenas pelo rei, mas por todo o povo de Israel a fim de desfrutar das promessas que Deus havia previamente dado a Moisés (Dt. 30.15-20). Os cristãos também precisam estar atentos para a Palavra de Deus, ciente que essa é viva e eficaz e que sonda os corações dos homens (Hb. 4.12,13) e para que, como Israel no Milênio, possamos desfrutar do melhor de Deus (Is. 1.19). O cristão deve levar adiante a mensagem do evangelho de Cristo, começando de casa com os seus filhos (v. 8), pois a Palavra de Deus é a maior herança que um pai pode deixar aos seus filhos.


2. SALOMÃO, O SUCESSOR DE DAVI
Apesar de suas falhas, Davi deixou para a Salomão, seu filho, um grande legado espiritual. O rei de Israel costumava buscar a orientação divina diante das decisões a serem tomadas (I Sm. 23.2; 30.8; II Sm. 2.1). Tomando o exemplo do pai, Salomão, após assumir o trono de Israel, ora ao Senhor, reconhecendo a benevolência de Deus (I Rs. 3.6), agradecendo ao senhor por Sua bondade. Em seguida demonstra humildade, assumindo que diante do Grande Deus de Israel o rei não passava de uma criança (I Rs. 3.7). Por fim, demonstrou disposição para a justiça e para o altruísmo ao pedir a Deus que lhe desse um coração sábio para julgar e discernir entre o bem e o mal (I Rs. 3.9). Salomão conduziu Israel com tamanha sabedoria que sua fama se espalhou pelas nações vizinhas. A rainha de Sabá quis testificar pessoalmente a respeito de tudo que havia ouvido a seu respeito (I Rs. 10.1-13). Enquanto andou nos caminhos do Senhor, Salomão desfrutou da benção da prosperidade. Além de reger a nação com bom senso, tornou-se um pesquisador profícuo e um escritor de reconhecida sabedoria até aos dias atuais. Seguido os passos literários de seu pai, também escreveu seus livros: Cantares (na juventude), Provérbios (na meia-idade) e Eclesiastes (na velhice). Nesse último livro extraímos uma confissão que serve de exemplo para as pessoas de todas as idades a respeito do valor substancial da vida. Assim diz o pregador: “Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau (Ec. 12.13,14). Diferentemente de seu pai Davi, Salomão não teve o mesmo sucesso na escolha de seus sucessos. Após sua morte o reino de Israel dividiu-se e os reis seguintes alternavam-se entre servir ao Senhor e aos deuses pagãos.


3. LÍDERES PREPARAM SUCESSORES
A escolha de sucessores para o ministério é uma missão a ser observada por todo líder que ama a obra do Senhor. Mas essa não é uma tarefa fácil, haja vista que não se trata apenas de apontar uma pessoa, mas de prepará-la, no Senhor, para que essa venha a conduzir o rebanho de Deus com sabedoria. Na Bíblia temos vários exemplos que líderes que fizeram outros líderes, evidentemente debaixo da direção divina. No Novo Testamento Paulo é um modelo de um líder que prepara outros líderes. Paulo preparou, entre outros, o jovem pastor Timóteo para que esse desenvolvesse o ministério (I Tm. 1.18,19; 3.1; 4.12). Mas Timóteo também precisava fazer sua parte: exercitar-se na piedade, dá exemplo aos crentes na maneira de falar, na vida, no amor cristão, na fé e na pureza, evitar ser alvo de críticas, sabendo governar bem sua própria casa, evitar conversas profanas e não se deixar levar por discussões tolas, nem pela maledicência, não repreender um homem mais idoso, mas respeita-lo como pai. No Antigo Testamento Moisés também nos deixou o exemplo de sucessão na liderança. Antes de partir tratou de dar as devidas instruções para que Josué servisse ao Senhor e ao povo de Israel com responsabilidade e sabedoria.


CONCLUSÃO
O líder chamado por Deus deve estar ciente da necessidade de fazer sucessores para a obra de Deus. Para tanto, deve tomar consciência dos talentos e habilidades das pessoas, aceitar as diferenças como parte da constituição das pessoas, auxiliar as pessoas para ajustar suas diferenças, mostrar que tem interesse não apenas pelo que as pessoas fazem, mas pelo que elas são, expressar apreciação pelo trabalho desempenhado, reconhecer que o desenvolvimento das pessoas que o cercam contribuem também para seu crescimento e ajudar as pessoas a desenvolverem os alvos e a tomar decisões.

Pb. José Roberto A. Barbosa


BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. I e II Samuel: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.
SWINDOLL, C. R. Davi. São Paulo: Mundo Cristão, 2009.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Homenagem da amada Sandra aos seguidores do blog Ao Toque Do Amor!


Parabéns Sandra por mais essa conquista.
Que Deus em Cristo continue te dando vitórias.
Olha o link do blog da Sandra.

Fica na paz de Cristo!

Prosperidade- 3




RIQUEZAS ESPIRITUAIS EM CRISTO

Motivados pela cobiça, muitos cristãos vivem em busca de riquezas 
materiais e se esquecem das riquezas espirituais que Deus nos
oferece através de Jesus Cristo (Tg.2.5). Se alguém puder conciliar
as duas coisas e se for este o plano de Deus para a pessoa,
excelente. Contudo, o evangelho existe para que as almas humanas
sejam salvas. E se a riqueza material for prejudicar ou inviabilizar
esse projeto na vida de alguém, então é melhor que essa pessoa seja
pobre (Mt. 13.22). Por esta causa é que Jesus mandou que o jovem
rico vendesse todas as suas propriedades e desse o dinheiro aos
pobres (Lc.18.22). O dinheiro distribuído entre os pobres seria uma
bênção e nenhum deles ficaria rico por isso, mas concentrado nas
mãos de um só homem, aquela riqueza se tornara um ídolo. Ninguém
pode servir a Deus e a Mamom. É melhor entrar pobre no céu do que
rico no inferno, conforme se vê em Lucas 16.19-31. Se alguém pode
servir a Deus e usar a riqueza como instrumento de justiça, então
que faça assim. É um equilíbrio muito difícil e poucas pessoas são
capazes de consegui-lo. O que acontece é que muitos estão servindo
às riquezas e querendo usar até mesmo o próprio Deus como
instrumento para alcançá-las.

O que a bíblia nos ensina a buscar são riquezas espirituais. Se não
fosse assim, Jesus nem precisaria ter vindo ao mundo. Em Cristo
temos um tesouro de valor inestimável (Col. 2.2-3). Ele quer nos
dar: amor, alegria, paz, justiça, sabedoria, fé, fidelidade,
integridade, comunhão com o Pai e salvação eterna. Poderíamos fazer
uma lista imensa, e mesmo assim incompleta, daquilo que Deus nos
oferece. (I Cor.2.9; I Cor.1.30; II Pd.1.4-8; Gál. 5.22).
Terminaríamos citando "o que os olhos não viram, os ouvidos não
ouviram e nem subiu ao coração do homem." (I Cor.2.9). Precisamos
voltar a atenção para os valores espirituais, valores celestiais.
Precisamos pensar nas coisas que são de cima (Col. 3.1-5).
Precisamos erguer os nossos olhos (João 4.35) e deixar de ficar
olhando apenas para o que é terreno, exterior e passageiro. Isso não
significa que vamos viver alienados e esquecer da vida material.
Precisamos cuidar de todas as nossas responsabilidades terrenas e
trabalhar pelos nossos projetos. O que não podemos fazer é tentar
colocar o evangelho como instrumento da cobiça nem achar que o
cristianismo possa ser garantia de riqueza material.

Se Deus nos der riquezas, isso será uma bênção. Se ele não nos der,
estejamos contentes com o que temos. Certamente, não é natural que
um filho de Deus viva na miséria, mas isso não significa que todos
os filhos de Deus devam ser materialmente ricos. Se temos o "pão
nosso de cada dia", já temos motivo para agradecer muito a Deus. Ele
se compromete a suprir nossas necessidades. Jesus disse: "Buscai
primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos
serão acrescentadas." (Mt. 6.33). Ele não disse "todas as outras
coisas", e sim "todas estas coisas". E de que coisas ele estava
falando? Do comer, do beber e do vestir, como se lê nos versículos
anteriores. Ninguém deveria usar Mateus 6.33 para dizer que Deus vai
nos dar empresa, casa na praia e viagem turística pela Europa. Ele
pode nos dar isso e muito mais. Porém, isso não é promessa bíblica.

Muitas vezes precisamos passar por situações difíceis para
aprendermos lições que, de outra forma, não aprenderíamos. O cristão
passa por tribulações, provações, tentações, treinamentos e
disciplinas. Podemos passar por dificuldades financeiras e de outros
tipos. Isso não combina com uma visão triunfalista de um evangelho
ilusório. O certo é que "em todas essas coisas somos mais do que
vencedores" (Rm.8). Isso não significa que depois de termos passado
por dificuldades financeiras vamos ser ricos. Ser vencedor é cumprir
o propósito de Deus e não o nosso. Estamos numa guerra e não em um
parque de diversões. E nossa guerra não é para alcançar riquezas,
mas é para vencer os poderes de Satanás e ver muitas almas sendo
redimidas.

Muitas pessoas recebem uma idéia errada a respeito do evangelho. Com
isso criam expectativas ilusórias e acabam se decepcionando.

O Novo Testamento traz uma mensagem que tenta tirar o nosso foco
deste mundo e colocá-lo no céu. "Arrependei-vos porque é chegado o
reino dos céus". "Não ajunteis tesouros na terra... Ajuntai tesouros
no céu." Os primeiros cristãos visavam uma pátria celestial, onde
estariam livres de todo o sofrimento terreno. Muitos pregadores da
atualidade têm se esquecido de falar sobre céu. Aliás,
têm "transferido" o céu para a terra, dando-lhe um sentido
materialista, visível, hedonista, egocêntrico e imediato.

Vejamos outra considerações sobre o tema:

- Jesus veio como o rei pobre – Zc. 9.9

- Ele disse: "Meu reino não é deste mundo" (João 18.36). E o nosso?

- A viúva pobre foi elogiada pelo Senhor pela oferta que deu, mas
nem por isso ficou rica (Mc.12.44).

- O reino de Deus não é comida nem bebida mas justiça, paz e alegria
no Espírito Santo (Rm. 14.17-18).

- Vejamos a oração feita por Agur: "Não me dês a pobreza nem a
riqueza: mantém-me do pão da minha porção acostumada." Essa pobreza
repudiada pelo autor seria no nível da miséria, ao ponto de precisar
roubar para sobreviver, conforme se vê na seqüência do texto
(Pv.30.8-9).

- O Novo Testamento menciona que algumas igrejas eram pobres (II
Cor. 8.2; Ap.2.9). Ninguém repreendeu aqueles irmãos dizendo que
estavam em pecado, debaixo de maldição ou fora do plano de Deus.
Aliás, igrejas ricas materialmente deviam ser uma raridade naquele
tempo de grandes perseguições contra os cristãos, quando muitos
deles perdiam a posse dos seus bens (Heb.10.34). A igreja de
Laodicéia era rica materialmente, mas vivia em miséria espiritual
(Apc. 3.17-18).

- Quando Paulo escreveu aos servos ou a respeito deles, não os
aconselhou a "abrirem seu próprio negócio". Mandou que eles
continuassem servindo fielmente aos seus senhores. (Efésios 6.5-9;
Col. 3.22-25; Tito 2.9-10; I Cor. 7.20-24).

- I Cor. 7.21 – "Se ainda pode ser livre, aproveita a ocasião."
Paulo não ensinava aos servos a "teologia da prosperidade" de modo
que criasse neles uma expectativa ilusória. Porém ele dizia que os
servos deveriam aproveitar as oportunidades, caso pudessem ficar
livres. Assim também nós. Não cremos na "teologia da prosperidade",
mas se Deus nos quiser abençoar com bênçãos materiais, não
perderemos a oportunidade de recebê-las. O que não podemos é ver as
bênçãos materiais como conseqüência natural do evangelho. O objetivo
de Jesus é salvar almas.

- Dificilmente entrará um rico no céu (Lc.18.24).

- Existem muitas promessas de prosperidade material no Velho
Testamento (Dt.8.18; 15.4; Salmo 112.1-3; Pv.13.22; 22.4; 24.4;
Is.45.3). As promessas da velha aliança eram principalmente de ordem
terrena e material. Os cristãos do Novo Testamento não usufruíram
dessas promessas assim como não estavam subordinados às exigências
do antigo pacto. Aquele compromisso foi com a nação de Israel e não
com a igreja. Se tudo o que era para Israel passou para nós, como
alguns imaginam, então deveríamos ir para a Palestina brigar pela
posse daquela terra.

- A ênfase do Novo Testamento é sobretudo espiritual. Ao utilizarmos
os textos do Velho Testamento, podemos talvez interpretar
espiritualmente as promessas de riquezas. Não é assim que
interpretamos tantos textos do Velho Testamento??? Por exemplo,
usamos as guerras do VT para falarmos de batalha espiritual. Usamos
os bons reis do VT para falarmos sobre Deus e sobre Jesus e os maus
reis para falarmos sobre o diabo. Usamos os sacrifícios de animais
para falarmos sobre o sacrifício de Cristo, etc.

- Outro detalhe a se considerar é que a palavra "riqueza" é
relativa. Então podemos estar esperando um tipo de riqueza ou uma
quantidade diferente daquela que a bíblia menciona.

- Abraão era rico, muito rico. Alguns o tomam como exemplo para o
evangelho da prosperidade. Entretanto, a bíblia não diz se ele
enriqueceu antes ou depois de suas experiências com Deus. Talvez sua
família já fosse rica.

- Não estamos fazendo apologia à pobreza. Alguns servos de Deus na
bíblia eram muito ricos. Por outro lado, outros eram muito pobres.
Precisamos apenas ter uma visão equilibrada a esse respeito. O
cristão pode ser rico ou pobre. Ele só não pode ser escravo do diabo.

- Os cristãos em Atos 4 estavam vendendo suas propriedades e
repartindo com os necessitados. Eles não estavam querendo ser ricos
nem alimentando essa estúpida expectativa em relação ao evangelho.

- Os cristãos da Judéia passaram por situação material precária e
foram ajudados pelos coríntios e pelos macedônios (II Cor. capítulos
8 e 9; Rm.15.26). Os próprios irmãos macedônios viviam em "profunda
pobreza", conforme as palavras de Paulo em II Cor.8.2. Nesse texto,
Paulo diz que "Jesus, sendo rico, se fez pobre para que
enriquecêsseis". (II Cor. 8, verso 9). Seu objetivo é que
enriqueçamos espiritualmente. O texto não está falando de riqueza
material pois Jesus nunca foi rico materialmente, nem os discípulos
e nem o próprio Paulo que escreveu o versículo.

- Paulo disse que aprendeu a estar contente com o que tinha. Sabia
ter abundância e sabia também padecer necessidade. Por isso ele
disse: "tudo posso naquele que me fortalece." (Filipenses 3.12-13).

- Paulo considerava tudo como "perda" para ganhar a Cristo (Fp.3.7-
8). Estamos dispostos a perder alguma coisa por Cristo? Hoje em dia
só se fala em ganhar, ganhar, ganhar, ganhar, ganhar.

- E se Deus quiser que você seja rico??? Então você será. Não é
pecado. Mas pense bem: Se Deus quisesse isso, talvez você teria
nascido numa família rica. Há exceções... Alguns poucos ficam ricos
de outra forma.

- Para refletir: Depois de tanta propagação da teologia da
prosperidade, os cristãos têm ficado ricos? De modo geral, não.
Alguns sim, como sempre aconteceu, com teologia ou sem ela, com
evangelho ou sem ele. Pouquíssimos, como sempre. Alguns sim, pelo
propósito ou pela permissão de Deus. E mesmo se fossem ímpios,
talvez ficariam ricos do mesmo jeito. Então, o "evangelho da
prosperidade" não tem produzido os efeitos prometidos.

- Os homens mais ricos do mundo são cristãos praticantes e fiéis?
Alguns cristãos ricos já o eram antes da conversão. Seus parentes
ímpios também são ricos. Existem também muçulmanos milionários.

- A bíblia traz muitas advertências sobre os perigos que envolvem as
riquezas, principalmente a avareza, que é idolatria (I Cor. 5.11;
6.10; Ef.5.5; Col. 3.5). Outro aspecto que se destaca é a
transitoriedade das riquezas (Pv.27.24; Tg.1.9-11). Não se deve
colocar nelas a esperança ou a confiança (Salmo 49.6-7; 52.7; 62.10;
Pv.11.28; I Tm.6.17). Podem tirar a tranquilidade (Jó 27.19-20;
Ec.5.12). Podem ser perdidas repentinamente (Pv.13.11; 23.5;
Ec.5.14). Não garantem solução para os maiores problemas do ser
humano (Pv.11.4). Luta-se durante uma vida para se enriquecer
(Pv.28.22; Ec.4.8). Depois resta pouquíssimo tempo para se usufruir
de tantos bens. Bom para os herdeiros, se ainda sobrar alguma coisa
para eles e se não forem brigar muito por isso. (Salmo 39.6).

- Ninguém pode garantir que um dizimista fiel vá ficar rico. Se
fosse assim, as igrejas estariam cheias de pessoas milionárias.

- Há muitos dizimistas pobres e muitos ricos que não são dizimistas.
A lógica divina é diferente da nossa.

- Acima do que fazemos estão os desígnios de Deus para cada um de
nós. Algum dos discípulos ficou rico? Será que eles não eram
dizimistas fiéis?

- Em Salmos, Provérbios e Eclesiastes, os autores salientam os
benefícios da sabedoria e da justiça, acima dos benefícios da
riqueza. O pobre sábio é bem-aventurado. (Salmo 37.16; Pv.3.13-14;
8.11; 16.16; 19.1,22; 22.1; 28.6,11; Ec.4.13; 9.15; Sf.3.12).
Salomão conseguiu reunir riqueza e sabedoria (I Rs.10.23), mas essa
combinação raramente é encontrada (Ec.9.11).

"O Senhor empobrece e enriquece; abate e também exalta". I Sm.2.7

"Ênfase em prosperidade financeira é materialismo disfarçado de
espiritualidade."

Anísio Renato de Andrade
Bacharel em teologia

 
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