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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Velho Testamento Hoje

Como cristãos, sempre nos deparamos com o dilema que envolve o uso do Antigo Testamento. Existem posições extremas a esse respeito. Há quem queira aplicá-lo literalmente na atualidade, enquanto outros o julgam ultrapassado e desnecessário. A maioria tem uma postura equilibrada nesse sentido, mas, ainda assim, não deixam de ter uma série de dúvidas sobre o assunto.

O centro do problema está em sabermos se devemos ou não obedecer à lei de Moisés. Tal matéria foi o tema da discussão dos apóstolos em Atos 15. Era necessário decidir se os gentios convertidos ao evangelho deviam ou não guardar a lei mosaica. A decisão foi que não precisavam obedecer à lei, exceto pelo aproveitamento das proibições contra a prostituição e o alimentar-se do sangue ou de animais sacrificados aos ídolos. Tais determinações foram precedidas das palavras: “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...” (At.15.28). Como poderemos decidir algo diferente? Somos superiores aos apóstolos ou mais sábios que o Espírito Santo?

A lei mosaica não se aplica aos gentios porque não lhes foi dirigida (Êx.19.3). Como parte da aliança de Deus com Israel, aquela legislação lhes pertencia com exclusividade, conforme palavras de Paulo em Romanos 9.4. O apóstolo também afirmou que, como cristãos, não estamos “debaixo da Lei” (Rm.6.14-15; ICor.9.20-21; Gal.3.23; 5.18). Com a vinda de Jesus, uma nova aliança foi estabelecida, colocando fim à antiga (Heb.8.13). Assim, nem mesmo os judeus da atualidade estão obrigados à observância da lei de Moisés.

Nós, que somos salvos, estamos sujeitos à “Lei de Cristo” (ICo.9.21; Gal.6.2), que se resume no amor (Lc.10.27). Por esta causa, alguns mandamentos do VT foram repetidos no NT, sendo incluídos na Nova Aliança, pois sua essência é o amor: não matarás, não adulterarás e outros. Os mandamentos cerimoniais e civis não foram reafirmados.

Outro fator muito importante nesse sentido é a diferença cultural entre a nossa realidade e a época da Lei. Por exemplo, se alguém fizer questão de obedecer aos mandamentos relacionados à escravidão, precisará ter escravos (Dt.15.12-18). Quem quiser oferecer sacrifícios de animais, precisará reconstruir o templo em Jerusalém e reativar o ofício sacerdotal. Nota-se a impossibilidade atual do cumprimento da Lei.

Pensando apenas nestes aspectos, poderíamos até concluir pela supressão do Velho Testamento das nossas bíblias. Contudo, este seria um erro pior do que os anteriores. Por quê?

O Senhor Jesus, durante o seu ministério terreno, citou o Velho Testamento, reconhecendo-o como a Palavra de Deus (Lc.24.27). A mesma atitude foi tomada pelos autores do Novo Testamento, que reconheceram no Antigo a inspiração divina e sua permanente utilidade. Vejamos o que disse Paulo: “Tudo o que outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito” (Rm.15.4). “Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, repreender, corrigir e instruir em justiça” (II Tm.3.16).

Chegamos então a um novo dilema: Se a Lei de Moisés não se aplica hoje, como podemos vê-la, juntamente com todo o Velho Testamento, como Palavra de Deus para nós?

A solução é a seguinte: ainda que não estejamos sujeitos a cada mandamento do Velho Testamento, os princípios morais e espirituais neles contidos ainda continuam válidos. A cultura mudou, o mundo mudou, mas Deus continua o mesmo. Além disso, o homem continua o mesmo no que tange à sua natureza, seus desejos e defeitos.

Por exemplo, observemos o mandamento: “Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nele não farás nenhuma obra...” (Êx.20.9-10). Como não estamos debaixo da Lei, não temos o dever de guardar o sábado. Quem quiser guardar que guarde, desde que não crie barreiras contra os que pensam de outra forma, desde que não queira impor isso sobre os outros, ou achar que a salvação possa depender de tal prática porque, se fosse assim, a morte de Jesus teria sido inútil. Sabendo que não precisamos guardar o sétimo dia, o que podemos aproveitar do versículo mencionado? Nele estão contidos valores espirituais e morais: a importância do trabalho (seis dias trabalharás), do descanso, do tempo para Deus e do culto, ainda que não o realizemos num dia fixo da semana. Tais princípios são importantes em todas as épocas, mas somos livres para aplicá-los de várias maneiras e não apenas pela guarda do sábado.

Nossa tarefa, portanto, no manuseio do Velho Testamento, consiste, em grande parte, em descobrir os princípios, as lições, os valores subjacentes ao texto. Algumas vezes, os próprios autores nos poupam deste trabalho. Por exemplo, os Provérbios de Salomão já são, em grande parte, princípios morais e espirituais explícitos. No caso das leis, precisaremos perguntar por quê ou para quê Deus deu cada ordem. Se conseguirmos descobrir a intenção ou propósito divino, teremos descoberto o princípio contido no texto. No caso das passagens históricas, basta verificarmos a lição que aprendemos em cada caso, não havendo necessidade de reproduzirmos a ação de seus personagens.

O Novo Testamento, por sua vez, já nos fala mais diretamente, visto que foi dirigido à igreja do Senhor Jesus. Contudo, nele também encontraremos algumas passagens vinculadas à cultura daquela época, e cujo cumprimento literal não se faz possível ou necessário hoje. Por exemplo, quando Jesus lavou os pés aos discípulos, entendemos que sua intenção não era criar um ritual para a igreja, mas sim ensinar o princípio da humildade e do serviço cristão. Quando lemos sobre o ósculo santo, podemos aprender o princípio do amor e do carinho que devemos ter com os nossos irmãos.

A compreensão de tais lições é mais importante do que a mera repetição de costumes antigos. Precisamos, dentro da nossa cultura, encontrar nossos próprios meios para expressarmos o que a palavra de Deus nos ensina. Jesus disse que os fariseus, embora fossem praticantes da letra da Lei, desprezavam seus princípios espirituais: a justiça, a misericórdia e a fé (Mt.23.23). No Sermão da Montanha, o Senhor destacou também a essência por trás do código legal: “Ouviste o que foi dito aos antigos.... Eu, porém vos digo...” E assim, ele colocava em evidência o “espírito da lei”, que são valores espirituais eternos.


Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.

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