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sábado, 13 de junho de 2009

As tentações de Cristo - 3


Antes da sua manifestação pública, é provável que Jesus tenha trabalhado com José, na carpintaria. Chegou o dia, porém, quando ele abandonou tudo para fazer a obra do Pai celestial. Certamente, contrariou as expectativas da família e da sociedade.

Saiu para se encontrar com o primo, João Batista, às margens do rio Jordão, onde foi batizado (Mt.3). Depois, desapareceu por quarenta dias, durante os quais esteve no deserto se preparando para a tentação e para o ministério que se aproximava (Mt.4). Em seguida, deixou sua casa em Nazaré e mudou-se para Cafarnaum (Mt.4.13), onde começou a escolher seus discípulos.

Quando lemos a bíblia, inclusive a história de Cristo, não devemos imitar os fatos ali narrados, de modo literal e sem entendimento. Ninguém precisa largar o emprego e ir para o deserto. Precisamos, sim, seguindo as melhores práticas da hermenêutica, extrair princípios espirituais contidos no texto, aplicando-os à nossa vida, dentro do que for necessário e condizente com cada situação particular, dentro do nosso contexto histórico e cultural.

Nem todos vão abandonar o trabalho secular para se dedicarem ao ministério. Esta é uma questão que pode variar de pessoa para pessoa, dependendo da ordem de Deus para cada um. Por outro lado, o cristão não pode ser tão ocupado com as coisas materiais, sejam profissionais ou de outro tipo, que não tenha tempo para Deus e para a sua obra.

Jesus se afastou de tudo, durante quarenta dias, para se dedicar às questões espirituais. Precisamos fazer isso, de vez em quando. Todo o nosso tempo pertence a Deus, mas é bom que dediquemos uma parte dele, não necessariamente quarenta dias, de modo exclusivo para as práticas relacionadas à fé: seja a leitura, o estudo bíblico, o louvor, a adoração, a oração e o jejum. Naqueles dias, Jesus não fez nem o que consideramos "obra de Deus". Foi apenas um tempo de consagração total. Depois veio a obra (At.13.1-3).

Vejamos outros conceitos que podemos aprender do texto de Mateus 4 para aplicação na atualidade: Se Jesus foi tentado, nós também seremos (Heb.2.17-18). Não significa que passaremos por tentações idênticas às dele. Nunca seremos provocados a transformar pedras em pães ou a pular do pináculo do templo, ou a receber o controle sobre todos os reinos do mundo. Todavia, existem princípios espirituais em cada tipo de tentação e esses elementos estão presentes na nossa experiência, embora as tentações que enfrentamos sejam diferentes daquelas, numa escala menor. Também temos oportunidades para algumas "transformações" inadequadas, alguns "saltos" precipitados e muitas "ofertas" atraentes.

O inimigo que enfrentamos é o mesmo que o Mestre enfrentou. As estratégias e propósitos malignos ali detectados ainda se manifestam hoje.

Quando e como

As tentações de Cristo estão sempre relacionadas ao tempo e ao modo. Jesus haveria de comer pão (Mt.26.26), mas não naquela hora nem seguindo a "receita" no inimigo. Ele seria servido pelos anjos (Mt.4.11), mas não através de uma tentativa de suicídio. Ele teria o domínio sobre todos os reinos do mundo (Ap.11.15), mas não pelas mãos de Satanás. Tudo seria conquistado no tempo certo e da maneira correta. Jesus precisaria esperar, demonstrando paciência e perseverança, seguindo os trâmites normais, pagando o preço justo, dentro do itinerário previsto pelo Pai, sem atalhos ou caminhos alternativos.

Estes aspectos também permeiam as tentações que enfrentamos hoje. Muitas experiências da vida são necessárias e válidas, desde que aconteçam no tempo certo e do modo correto (Ec.8.5-6). Discernir o tempo e o modo é uma das maiores utilidades da sabedoria. A pressa e a precipitação fazem com que muitas pessoas antecipem fatos da vida, para os quais não estão preparadas. Por exemplo, podemos citar as relações sexuais precoces, fora do matrimônio, talvez seguidas pela gravidez indesejada que, em alguns casos, termina em aborto.

A hora e a maneira de se realizar algo serão fatores determinantes para que aquilo seja bom ou mau para nós (Ec.3.1-8).

Outra característica das tentações de Cristo é que todas estão relacionadas ao "eu". O inimigo sugere benefícios pessoais em cada situação, seja no caso dos pães, do socorro angelical ou do governo mundial. Aparentemente, o homem Jesus estaria usufruindo de tudo, como o centro das atenções. Entretanto, existe a vantagem de Satanás em cada fato, pois, em caso de realização daquelas ações, ele levaria o crédito. Dele seriam o planejamento e a direção. Teria, portanto, uma posição de autoridade sobre Cristo. No caso do controle sobre os reinos do mundo, Jesus seria o rei, mas Satanás seria ainda superior, em posição de "deus", pois haveria de ser adorado (Mt.4.9).

Portanto, em toda tentação ou pecado, por trás dos aparentes benefícios humanos, existe o ganho discreto, porém maior, de Satanás. Depois, o benefício acaba, mas o dano espiritual permanece. É o que acontece com alguns produtos que compramos. A mercadoria acaba, mas continuamos pagando as prestações. Cuidado! O sabor do pecado termina rapidamente, mas a culpa fica, as conseqüências permanecem e o castigo pode ser eterno, caso não haja arrependimento e conversão.

O inimigo utiliza coisas boas para tecer suas teias malignas. Nas três tentações observamos que ele procurou desviar o poder sobrenatural (Mt.4.3), a palavra de Deus (Mt.4.6) e a adoração (Mt.4.9) para alvos inadequados. Note-se a sutileza da tentação e o quanto devemos vigiar.

Pecam aqueles que usam o poder, mesmo dos dons espirituais, para obter vantagem pessoal.

Pecam aqueles que pregam a palavra de Deus com propósitos egoístas, com ganância e engano.

Pecam aqueles que tomam para si a adoração que é devida a Deus, usurpando a glória e a honra.

Pecam aqueles que adoram aos ídolos, porque está escrito: "Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele darás culto".

Vejamos outros aspectos importantes: O texto envolve o saber, o crer e o agir. A palavra de Deus era do conhecimento de Cristo, mas Satanás também a conhece de cor. A ignorância humana em relação às Escrituras já deixa o indivíduo em grande desvantagem diante do tentador. Quando ele diz "está escrito", precisamos ter uma resposta adequada.

Contudo, além de saber, é necessário crer. Jesus cria na bíblia, mas o Diabo também, assim como crê em Deus (Tg.2.19). Então a luta se trava em um nível mais alto. Satanás tenta se aproveitar da fé de Cristo, conduzindo-o a uma experiência sobrenatural ilegítima (Mt.4.6). Algumas pessoas, pelo fato de terem fé, querem mandar em Deus.

Depois, vem o campo das ações. Podemos saber e crer, mas isto de nada adiantará se falharmos na hora de realizar. Esse é o momento crucial do confronto com o mal. A palavra de Deus e a fé serão determinantes na nossa decisão de agir ou não.

Há tempo para esperar e há tempo para agir. A ação é muito estimulada na sociedade moderna, sendo, de fato, muito importante em diversos momentos. A preguiça e a inércia constante podem ser nocivas. Entretanto, precisamos tomar cuidado com o ativismo, pois muitos atos podem ser pecaminosos, ainda que pareçam positivos.

Cabe aqui uma reflexão sobre as obras mortas: agir sem conhecimento, agir sem fé ou fazer sem ser.

É bom notar que Jesus não agiu na hora em que o inimigo queria. Ele não transformou pedras em pães, não pulou do templo, não se prostrou para adorar, nem assumiu o governo mundial.

Em algumas situações, devemos nos abster da ação. Jesus se manteve impassível, quieto, esperando o tempo determinado pelo Pai para realizar as suas obras (João 2.4). Ele não foi precipitado nem um ativista inconseqüente.

Muitos servos de Deus erraram por não saberem esperar. Como exemplos notáveis de precipitação podemos citar: Abraão, quando gerou Ismael; Moisés, ao matar o egípcio; e Pedro, que cortou a orelha de Malco.

Na continuação do capítulo 4 de Mateus, lemos sobre o início do ministério de Jesus. Então, ele começou a cumprir uma "agenda" repleta de atividades voltadas para o evangelismo, a cura, a libertação e o discipulado. Chegou a hora de trabalhar.

O tempo da espera é uma época de tentações, quando o Diabo nos estimula à ação antecipada.

Cristo venceu Satanás. Sua vitória é o ápice do que podemos aprender daquele episódio, indicando que nós também podemos vencer. Não precisamos ser derrotados, porque "maior é o que está em nós do que aquele que está no mundo" (I João 4.4).

Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.
Professor do Steb - Seminário Teológico Evangélico do Brasil

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